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Na reta final da prova do Enem estudantes precisam controlar a ansiedade para a fazer a prova com tranquilidade

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Estudantes que farão o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem/2019) precisam, prioritariamente, de tranquilidade para encarar as provas, que serão realizadas no próximo domingo, dia 3 e a segunda etapa no domingo, 10. Em todo o país, há 5,1 milhões de estudantes inscritos no exame, que é a porta de entrada para as universidades públicas brasileiras e para os programas de inclusão de estudantes de baixa renda nas instituições de ensino superior privadas.

A psicóloga Josie Mota, explica que é preciso ressaltar que o Enem, é de fato, um evento promotor de ansiedade, pois é uma prova que tem o potencial de definir caminhos de vida. “Então é absolutamente normal que estudantes apresentem um certo grau de ansiedade”, afirma.

Neste caso, ela explica que é até útil essa ansiedade para que os estudantes desenvolvam comportamentos adequados como o estudo em si. “A ansiedade só começa a ser problema se causa sofrimento e impede que a pessoa desenvolva suas atividades normais”. Mas, se a ansiedade estiver causando sofrimento, impedindo de viver normalmente, aí neste caso é preciso procurar ajuda, orienta a psicóloga.

As formas de ajuda pra lidar com a ansiedade patológica partem para o indicativo de uma avaliação médica e psicológica. Porém, se for ansiedade considerada normal, existem muitas estratégias que podem ser utilizadas. Por exemplo: organização de uma rotina saudável de estudos, ensina Josie Mota, em que os estudantes deixem tempo livre para outras atividades, como sair com os amigos, ir ao cinema, ir a uma festa à noite, eventualmente, são opções que podem ser incluídas na rotina das pessoas que estão estudando para ingressar na universidade. “O jovem precisa ter uma vida saudável e por exemplo  praticar esportes é algo muito desejável”, sugere a psicóloga.

Por outro lado, pais e professores podem ajudar com um comportamento de orientação e de dar limites, especialmente no caso de adolescentes, mas sempre tem que ter espaço para que todas as areas da vida de uma pessoa aconteça normalmente. “É muito importante que mesmo com toda pressão e ansiedade as pessoas que vão se submeter ao Enem fiquem longe de álcool e outras drogas que costumam ser utilizadas como comportamento de fuga. Eu diria que esse é um dos maiores perigos de toda essa pressão pelo sucesso. Uma abordagem preventiva na  família, nas escolas e na sociedade de forma geral ajudam muito”, orienta a psicóloga.

 Em estudantes de escola pública a pressão e ansiedade tendem a ser ainda maior

A professora da Universidade Federal do Pará, doutora em educação Adriane Lima, já atuou como coordenadora pedagógica da Escola José Alves Lima e tem experiência em lidar com ansiedade dos estudantes de famílias de baixa renda.

Ela explica que pelo próprio contexto familiar de alguns estudantes da escola pública apresenta estruturas diferenciadas. “Existe uma complexidade de pressão, que está presente nas escolas públicas. O ponto convergente é a necessidade da ascensão social”, ressalta a pedagoga.

Segundo Adriane, a situação do estudante da escola pública depende além do contexto familiar e até mesmo da preocupação que esta escola apresenta para esses alunos. Ela esclarece, que existem alunos na escola pública que tem forte incentivo da família e não estudam só na rede pública, frequentam cursinhos, até mesmo os projetos de cursinhos populares, programas de revisões de conteúdo do Enem, entre outros.

Mas, também existem aqueles alunos da escola pública que vão se submeter à prova do Enem apenas por fazer, sem muito compromisso. Por isso, não sentem a pressão, até porque não vêm de um histórico familiar de incentivo ao estudo. O objetivo maior é terminar o ensino médio e conseguir entrar pro mercado de trabalho. “Mesmo assim as escolas públicas incentivam os estudantes a fazerem o Enem para ingressarem na universidade”, afirma.

A pedagoga explica que o professor e a escola fazem papel de incentivo, mas é muito importante entender que dentro do contexto dos jovens que procuram pelo Enem, o ponto convergente é o emocional. “Dentro da escola pública há um crescimento do adoecimento muito grande”, ressalta.

Adriane Lima explica, que há casos de estudantes que a pressão acaba os afetando de forma muito cruel. “Há muitos casos na escola pública de alunos que se cortam, se automutilam, que desenvolvem transtorno de ansiedade, que têm medo do fracasso, que não se sentem capazes. Essa pressão incide de tal forma, que a acaba perdendo até mesmo a dimensão humana”, alerta a pedagoga desses adolescentes.

É preciso  pensar melhores formas de conduzir a realização do Enem, segundo a professora. pois essa forma de ingresso às universidades, não pode ser tão violenta social e emocionalmente para os adolescentes.

Portal Roma News

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