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‘Não podemos descartar que tenha sido criminoso’, diz delegado sobre queda de torres no Pará

Área da queda de duas torres foi isolada pela polícia, que ouve depoimentos de testemunhas. Sete pessoas morreram.

Foto: Reprodução Redes Sociais
Foto: Reprodução Redes Sociais
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A queda de duas torres de transmissão ocorrida em Pacajá, sudeste do Pará, segue sob investigação. “Para preservar o local da ocorrência nós isolamos toda a área, pois apesar de parecer um possível acidente de trabalho, nós, da Polícia Civil, não podemos descartar que o acidente tenha ocorrido de forma criminosa“, declarou, nesta segunda-feira (19), o delegado Rafael Costa Buzar, titular da Delegacia de Pacajá.

A área da queda das torres foi isolada para que autoridades busquem mais informações que permitam descobrir as causas e os responsáveis pelo desabamento. “Nossa presença também se faz necessária para constatar que o local continua preservado, sem que tenha ocorrido nenhuma alteração ou invasão na cena“, informou Buzar.

O desabamento ocorreu na sexta-feira (16). As torres estavam em construção. A obra estava sendo executada pela empresa Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela ENGIE, vinculada ao Governo Federal por meio do Ministério de Minas e Energia.

Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Civil continua ouvindo depoimentos de testemunhas e pessoas ligadas à construção das torres. Logo após o acidente, o delegado que comanda as investigações ouviu funcionários que presenciaram a queda das estruturas. Os responsáveis pela empresa também deverão ser intimados a prestar depoimento.

Peritos criminais do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA), do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), sediado em Belém, foram acionados. Entre as perícias solicitadas está a que envolve constatação de danos, verificando se a estrutura das torres era capaz de sustentar todo o sistema de cabeamento da linha de alta tensão que está sendo construída. “Tudo o que estava no local, causado pelo sinistro, como a fundação, a estrutura dessas torres e o cabeamento que elas estavam sustentando, foram coletados para nossa análise”, disse Socorro Raiol, perita criminal responsável pelo levantamento.

Vítimas

A perícia criminal realizada no dia do acidente constatou que 12 doze pessoas estavam trabalhando nas torres no momento do acidente. Cinco operários morreram na hora e dois foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Os peritos também confirmaram que, em análise imediata, a queda poderia ter consequências incalculáveis caso a linha de transmissão estivesse energizada. “A tragédia poderia ser muito maior, pois havia outras dezenas de pessoas no canteiro, trabalhando nas proximidades da base das torres“, completou o perito criminal Lennon Valle.

Todas as análises serão reunidas no laudo definitivo sobre as causas do desabamento, ajudando a concluir o inquérito policial instaurado, sobretudo em relação aos possíveis culpados pelo acidente. “Quando todas as análises forem concluídas vamos produzir esse laudo, que vai apontar o que levou ao desabamento”, reforçou Socorro Raiol.

As vítimas que morreram no acidente são:

Luís Carlos Pereira, (MA)

Oziel da Silva Passos (SE), 27 anos

Expedito Bezerra dos Santos Filho (SE), 23 anos

Romário Santos (MA),

Fagner Martins da Silva (MA),

José Neponuceno Guimarães (morreu no Hospital de Pacajá), (PI)

Alex da Natividade Rodrigues (morreu a caminho do Hospital Regional da Transamazônica), (MA)

Os trabalhadores mortos na tragédia não têm familiares em Pacajá. Eles são trabalhadores que vieram de outros estados para fazer a montagem das torres da linha de transmissão da energia de Belo Monte. A empresa que coordena a obra deve ficar responsável pelo translado dos corpos às cidades de origem.

Por G1 PA — Belém

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