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Onda de calor exige cuidados extras com o gado

Rebanho em estresse térmico tende a comer menos, ganhar menos peso e, em casos extremos, até morrer

Mesmo animais zebuínos, conhecidos pela maior rusticidade, estão suscetíveis aos efeitos das altas temperaturas — Foto: Globo Rural
Mesmo animais zebuínos, conhecidos pela maior rusticidade, estão suscetíveis aos efeitos das altas temperaturas — Foto: Globo Rural
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A chegada de uma onda de calor acima da média durante os primeiros dias da primavera exigirá cuidados adicionais na pecuária para evitar perdas de produtividade e, em casos extremos, de animais. Mesmo animais zebuínos, conhecidos pela maior rusticidade, estão suscetíveis aos efeitos maléficos das altas temperaturas.

“Eu gosto muito de comparar com pessoas. Assim como a gente não consegue viver e se alimentar bem no calor, a primeira coisa que o animal sente quando ele está passando por uma onda de estresse térmico é parar de se alimentar corretamente”, explica o zootecnista e coordenador de vendas da Phibro Saúde Animal, Lucas Parra.

De acordo com Parra, alguns animais podem deixar de ganhar até 150 gramas por dia. “Isso no final de um giro de confinamento, o produtor vai perder quase uma arroba de ganho, algo que, na situação que a gente vive hoje, pode determinar o lucro ou o prejuízo da operação”, pontua o profissional.

O diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, também compara a situação dos animais com dos seres humanos para elencar o que poderia ser feito para mitigar os efeitos da onda de calor sobre a atividade pecuária.

“Podemos dizer que as medidas a serem adotadas com o gado são as mesmas que adotamos com os humanos: evitar o sol, se hidratar direito, ficar nas áreas de sombra, evitar fazer exercícios sobretudo os exercícios intensos. Só que como o animal não tem essa mesma liberdade que os humanos, cabe à gente intervir nesse momento”, lembra Manzi.

Segundo ele, os casos mais sensíveis são de animais em fase final de terminação, com uma maior cobertura de gordura. “Se o produtor perceber que os animais estão muito ofegantes, com dificuldade respiratória, boca aberta, língua para fora, são sinais de que ele precisa ter um cuidado maior”, explica o diretor técnico da Acrimat.

Água

Nesse sentido, ambos os especialistas afirmam que a água é elemento chave para o manejo nos dias de calor intenso. “Água limpa é o mais essencial. Animal que não bebe água não come, não desempenha e no calor o animal bebe mais água”, ressalta Parra ao listar ainda trato e o sombreamento do pasto com o plantio de árvores.

“Se pensarmos que os principais cuidados são com a água e o trato, são medidas que não aumentam nenhum custo. O custo é operacional, que já está dentro do confinamento, e o trato é a mesma coisa. Vai da sua capacidade do pecuarista fornecer o trato nos horários corretos dentro do mesmo horário”, comenta o zootecnista.

O diretor técnico da Acrimat, por sua vez, menciona o cuidado redobrado durante o transporte desses animais entre propriedades ou até o abate. “A gente preconiza que o produtor combine com os transportadores para fazer o transporte dos animais à noite ou nas horas mais frescas do dia procurando evitar deixar o veículo no sol por muitas horas porque, realmente, por mais adaptados que eles sejam, eles também sofrem muito com esse calor intenso”, lembra Manzi.

No médio e longo prazo, os especialistas reforçam a importância de se criar áreas sombreadas no pasto com o plantio de árvores – um investimento que, segundo Parra, pode representar um ganho médio diário de peso entre 50 e 40 gramas. “Eu não falo nem que é um custo porque isso é um investimento com um retorno muito rápido mesmo”, completa o zootecnista.

Fonte: Globo Rural

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