Menu

Operação cumpre mandados no Pará em investigação contra associações criminosas que movimentaram R$600 milhões

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no estado pela operação Mercador Fenício da Polícia Federal, que também ocorre em outros seis estados e no Distrito Federal.

Continua após a publicidade

A Operação Mercador Fenício, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal nesta quinta-feira (10) em sete estados e no Distrito Federal, cumpriu oito mandados de busca e apreensão no Pará. As investigações miram associações criminosas ligadas ao contrabando e lavagem de dinheiro, e que movimentaram em torno de R$600 milhões entre 2016 e 2020.

Segundo a PF no Pará, foram apreendidos aparelhos celulares, HDs, pen drivers e documentos de investigados com mandados expedidos pela Justiça Federal, que estariam ligados a “sistema financeiro paralelo” para lavagem de dinheiro, usando empresas de fachada e “laranjas”. A identidade dos suspeitos não foi divulgada.

A PF informou que recursos financeiros eram dispersos por várias contas bancárias em nome de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo.

“Esses recursos eram inseridos em atividades comerciais aparentemente lícitas sem ligação direta com integrantes da organização criminosa e, posteriormente, remetidos a operadores das atividades ilícitas, dificultando o rastreamento e fiscalização pelos órgãos de controle e segurança”, explica a corporação.

A investigação teve origem na Paraíba, onde empresas faziam pedido por contrabando de cigarros, bebidas alcoólicas e mercadorias falsificadas dos países de Trinidad e Tobago, Suriname e Guiana Inglesa.

No Pará, há pelo menos dois grupos organizados que seriam responsáveis pela internalização das mercadorias, de forma clandestina, em pontos da costa dos estados do Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Em seguida, empresas varejistas e atacadistas de diversos estados eram abastecidas com as mercadorias, que por serem fruto de contrabando e descaminho, não eram submetidas à inspeção da Receita Federal, nem recebiam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem comercializadas no Brasil.

De acordo com a PF, a organização criminosa investigada é dividida em núcleos:

– fornecedores,

– barqueiros,

– distribuidores,

– transportadores rodoviários,

– atacadistas e varejistas

Foram expedidos 51 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão preventiva, além do bloqueio de valores em torno de R$ 713 milhões nos estados do Pará, Goiás, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e no Distrito Federal.

A Receita Federal participa da operação com 17 auditores-fiscais e oito analistas-tributários. Já a Polícia Federal participa com cerca de 60 integrantes só no Pará.

O nome da operação é uma alusão à origem libanesa de um dos principais investigados, usando como referência o nome da peça teatral O Mercador de Veneza.

Fonte: G1 Pará

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo protegido.