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Pará: primeiro caso de polio é registrado após 33 anos

Notificação foi em Santo Antônio do Tauá, nesta quarta-feira (5), com detecção no dia 21 de agosto. Criança estava com esquema vacinal irregular.

A vacinação é a melhor forma de proteção contra a polio, mas requer o acompanhamento correto, pois a doença não tem tratamento específico e pode deixar sequelas (Fernando Frazão / Agência Brasil)
A vacinação é a melhor forma de proteção contra a polio, mas requer o acompanhamento correto, pois a doença não tem tratamento específico e pode deixar sequelas (Fernando Frazão / Agência Brasil)
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O Pará teve a primeiro caso de poliomielite registrado após 33 anos sem ocorrência da doença. Nesta quarta-feira (5), a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) fez uma comunicação de risco após a confirmação do vírus, de uma amostra coletada de uma criança de 3 anos, de Santo Antônio do Tauá, no dia 21 de agosto. A criança estava com esquema vacinal irregular e fora dos padrões do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Por nota enviada à Redação Integrada de O Liberal, “…o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. A Sespa ressalta que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, bem como, atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso. O Ministério da Saúde foi notificado hoje e também acompanha o caso”.

“De acordo com o levantamento das informações epidemiológicas, a criança apresentou manifestação clínica no dia 21 de agosto de 2022 com febre, dores musculares, mialgia e quadro de PFA com comprometimento e redução motora nos membros inferiores com progressão de 24 horas após receber as vacinas Tríplice Viral e VOP”, diz o comunicado de risco da Sespa.

Ainda no comunicado, “No dia 12 de setembro de 2022, a responsável pela criança compareceu a Unidade Básica de Saúde do município, onde relatou que no dia 21 de agosto, um dia após a vacinação, apresentou dor no membro inferior direito e deambulava mancando e que, a partir do dia 10 de setembro, o mesmo perdeu a força nos membros inferiores não conseguindo se manter em pé”.

Uma equipe da Vigilância Epidemiológica de Santo Antônio do Tauá visitou a casa da família e constatou que a criança estava com o esquema de vacinação contra a polio irregular. “Quanto ao histórico vacinal da criança, foi verificado que estava incompleto e que a criança não recebeu as doses da VIP previamente. Ao analisar a carteira, a criança possuía duas doses de VOP, o que está em desacordo com as normas do PNI”.

Somente após a coleta de fezes e análise laboratorial, a confirmação do caso da doença chegou na terça (4) e o comunicado de risco emitido no dia seguinte.

Entenda o que é a gravidade da poliomielite

A polio é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem, sendo uma doença em processo de erradicação. Há também a poliomelite associada ao vírus vacinal (vaccine-associated paralytic poliomyelitis, VAPP), ou poliomielite pós-vacinal, que se caracteriza pelo desenvolvimento da doença, pós-exposição de vacina (o caso criança de Santo Antônio do Tauá).

A doença ocorre de forma idêntica a que ocorre com o vírus selvagem, com a possibilidade de gerar sequelas motoras definitivas. O modo de transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções (ao falar, tossir ou espirrar), pela via fecal-oral (mais frequente), por alimentos, objetos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Possuir uma condição de habitação precária e sem saneamento básico pode favorecer a transmissão do poliovírus.

“Não há tratamento específico para a poliomielite. Todos os casos devem ser hospitalizados e monitorados, com o tratamento de suporte, de acordo com o quadro clínico do paciente”, destaca o comunicado da Sespa.

Fonte: O Liberal

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