Com cerca de 40 mil toneladas comercializadas anualmente nas Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa), em Belém, a banana está entre as frutas preferidas dos nortistas, sobretudo paraenses e amazonenses. O Pará é o sexto maior produtor de banana do Brasil, país que reservou à fruta um Dia Nacional – 22 de Setembro.
Na Região de Integração do Xingu está o principal polo produtor, respondendo por 35,6% da produção estadual. Aumentar essa produção, a partir da expansão das áreas cultivadas, é um dos objetivos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) com o Programa Pará Produtivo.
A bananicultura sempre teve grande relevância econômica e social em território paraense. Há uma correlação entre a produção de banana com a de cacau, devido à utilização da bananeira como sombreamento provisório ao cacaueiro.
Gerente de Fruticultura da Sedap, o agrônomo Geraldo Tavares garante que a fruta está entre as mais consumidas pelos paraenses. O Estado registra um consumo médio de 20 quilos per capita. No entanto, o maior consumidor nacional é o Amazonas, com um consumo médio de 60 quilos – na capital, Manaus, é maior ainda – 72 quilos.
O estudo feito pelo agrônomo da Sedap mostra que a maior parte da banana consumida no Pará vem dos estados de Pernambuco, Bahia e Maranhão. O especialista explica que essa aquisição fora do Estado – mesmo o Pará sendo o sexto produtor do país -, ocorre em função da distância física dos municípios produtores da capital, Belém, e também pelo fato de a produção local ser vendida a outros estados.
Incentivo – Para estimular a produção na Região Metropolitana de Belém e no nordeste paraense, a Sedap coloca em prática o Programa Pará Produtivo, que entre outros objetivos pretende expandir áreas produtivas, com a capacitação de produtores e assistência técnica, e produzir espécies com potencial para o mercado interno.
No caso da bananicultura, o “Pará Produtivo” visa estimular a formação de um novo polo da cultura nas mesorregiões Metropolitana de Belém e Nordeste. Seis municípios recebem o projeto-piloto: Santa Izabel do Pará, Castanhal, Colares, Santo Antônio do Tauá, Vigia de Nazaré e São Caetano de Odivelas. O Programa abrange 122 famílias, e cada produtor selecionado recebeu 300 mudas de bananeira produzidas in vitro, da cultivar BRS Pacoua, com fomento ao novo polo.
Geraldo Tavares informa que todos os produtores já foram capacitados, mas por conta da pandemia de Covid-19 foi preciso parar. A previsão é retomar no próximo ano.
O Pará, lembra o gerente, já foi o primeiro produtor de banana do Brasil, no triênio 1998 a 2000. Mas a produção foi afetada pela Sigatoka negra (a doença mais grave para a cultura da banana) e pelo desconhecimento de variedades resistentes a doenças. Isso reduziu o tempo de permanência do produtor na mesma área de plantio, aumentando a pressão sobre áreas desmatadas.
(Texto: Rose Barbosa – Ascom/Sedap).