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Pesquisas da Embrapa estimulam expansão do cultivo de pimenta-do-reino na região oeste do Pará

Técnica evita derrubada de árvores, melhora a produtividade e reduz em 28% os custos de implantação e produção dos pimentais.

Produção de pimenta-do-reino com uso de tutor vivo reduz custos de implantação de pimentais — Foto: Ronaldo Rosa
Produção de pimenta-do-reino com uso de tutor vivo reduz custos de implantação de pimentais — Foto: Ronaldo Rosa
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A expansão do cultivo da pimenteira-do-reino em tutor vivo, tecnologia preconizada como alternativa ao estacão, para uma produção mais sustentável na região oeste do Pará, foi tema de reunião entre pesquisadores da Embrapa e parceiros em Santarém e Mojuí dos Campos na semana passada.

Uma caravana composta por empresários e pesquisadores veio à região, onde cumpriu dois dias de reuniões de trabalho e visita técnica à Unidade de Referência Tecnológica (URT) da cultura, instalada em Mojuí dos Campos.

Participaram do encontro pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (sede e Santarém), Emater-PA, Secretaria Municipal de Agricultura de Mojui dos Campos e da Empresa Produtos Tropicais de Castanhal LTDA – Tropocc (exportadora de pimenta-do-reino)

A tecnologia

A árvore leguminosa gliricídia substitui estacas de madeira como suporte para o crescimento da pimenteira-do-reino. A técnica evita derrubada de árvores, melhora a produtividade e reduz em 28% os custos de implantação e produção dos pimentais.

No sistema tradicional de cultivo da pimenteira-do-reino o tutor é obtido do tronco de árvores — Foto: Ronaldo Rosa
No sistema tradicional de cultivo da pimenteira-do-reino o tutor é obtido do tronco de árvores — Foto: Ronaldo Rosa

O estudo de impacto econômico da tecnologia, realizado em 2022, estimou os custos de implantação e manutenção por três anos do sistema tradicional e do sustentável. Um hectare de pimenta com o tutor morto (sistema tradicional) custa ao produtor, em média, R$ 58.251,00. Já com a tecnologia do tutor vivo (sistema sustentável) esse mesmo hectare custa R$ 41.715,00. Isso representa uma redução de R$ 16.535,00, o que equivale a 28% de economia ao produtor em cada hectare de pimenta.

A cultura da pimenteira-do-reino no estado do Pará é uma atividade majoritariamente da agricultura familiar e gera 75 mil empregos diretos.

Outra vantagem do uso da gliricídia é o aumento do tempo de vida e produção dos pimentais e ainda reduz drasticamente o impacto ambiental da pipericultura no Pará.

Pesquisas no Oeste do Pará

Em 2022 a Embrapa e parceiros instalaram a primeira Unidade de Referência Tecnológica (URT) no Oeste Paraense. Localizada em Mojuí dos Campos, em uma propriedade rural, a URT marca a expansão do sistema de produção da pimenta-do-reino com o uso do tutor vivo de gliricídia em substituição às estacas de madeira. Funcionam como uma forma de demonstração da tecnologia em propriedades de agricultores familiares e ainda como polos de aprendizagem e difusão do conhecimento.

As URTs são áreas de demonstração da tecnologia localizadas em propriedades de agricultores familiares e servem como polos de aprendizagem e difusão do conhecimento.

Produção

O Pará é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil, com uma produção de 36 mil toneladas em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As maiores produções se concentram nos municípios de Tomé-Açu, Capitão Poço, Igarapé-Açu e Baião, localizados na mesorregião Nordeste do estado.

O Pará é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil — Foto: Ronaldo Rosa
O Pará é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil — Foto: Ronaldo Rosa

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de pimenta-do-reino, só perdendo para o Vietnã. Em 2021, segundo o IBGE, a produção nacional foi de 118 mil toneladas de grãos secos de pimenta-do-reino em uma área de quase 38 mil hectares, movimentando quase dois bilhões de reais no agronegócio brasileiro.

Fonte: G1 Santarém

Comments 2

  1. Isaias Fernandes de Oliveira says:

    Boa tarde, gostaria de saber como consigo mudas dessa pimenta.
    Obrigado

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