A Polícia Civil prendeu, na terça-feira (27 de março), em cumprimento a mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça, o padre católico José Amaro, da Prelazia do Xingu. A prisão foi efetuada em Anapu, no sudoeste do Estado, durante operação conjunta de policiais civis da Superintendência Regional do Xingu e da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) de Belém. Além da prisão preventiva, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do padre e na sede da Paróquia de Anapu. Nesses locais, foram apreendidos documentos diversos que irão passar por análise das equipes policiais. A operação foi iniciada por volta de 6 horas da manhã e foi resultado de oito meses de investigações.
As ordens judiciais foram decretadas pela Comarca de Anapu. Informações sobre a operação e prisão foram prestadas, na Delegacia-Geral, em Belém, pelo delegado-geral Rilmar Firmino. “A prisão de José Amaro é resultado de inquérito policial no qual o padre foi indiciado pelos crimes de extorsão, ameaça, esbulho possessório e assédio sexual”, detalha. Após o cumprimento do mandado de prisão, o padre foi transferido de Anapu para Altamira, para ser ouvido e depois ficar recolhido no presídio local à disposição da Justiça.
O padre é apontado como responsável em arregimentar invasores de terra e praticar extorsão contra donos de propriedades rurais, em Anapu, para não promover a invasão das terras. Entre as vítimas, que denunciaram o sacerdote, existe um homem que denunciou ter sido obrigado pelo padre a praticar ato sexual para não ter sua propriedade rural invadida por sem terras.
Além dos relatos, foram obtidas, durante as investigações, provas materiais dos crimes praticados, entre as quais comprovantes de depósitos bancários em nome do padre e de outras pessoas ligadas a ele que comprovam os valores depositados como extorsão. As provas estão sendo mantidas sob segredo por determinação da Justiça. Segundo o delegado-geral, tanto terras de terceiros quanto terras públicas eram alvos das práticas criminosas, e acabavam, dessa forma, invadidas, loteadas para depois serem vendidas de forma ilegal. As investigações indicam que os crimes ocorriam, de forma reiterada, há cerca de cinco anos em Anapu. Com o cumprimento dos mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Civil terá dez dias para concluir o inquérito e encaminhar os autos do procedimento investigativo à Justiça. “Com a conclusão das investigações, outras pessoas poderão ser indiciadas”, ressalta Rilmar Firmino.
Fonte: Site da Polícia Civil do Pará