Diante da alta acumulada da inflação nos últimos 12 meses, um dos setores que pode sofrer reajuste é o de medicamentos. A previsão das instituições financeiras é que essa alta fique acima dos 10% nos remédios a partir do dia 1º de abril, impactando o preço nas prateleiras das drogarias espalhadas pelo país.
Segundo o Comitê Técnico-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), no ano passado foi registrada uma alta de 10,08%. Em 2020, devido à pandemia, a revisão no preço dos remédios foi suspensa por dois meses, sofrendo acréscimo, a partir do mês de abril, em 5,21%.
Já em 2022, caso seja confirmada a alta, será o maior reajuste em dez anos no país. São aproximadamente dez mil medicamentos na lista oficial do CMED e a atualização dos valores ocorre anualmente, de forma não linear e pode variar de um item para o outro.
A explicação do Comitê funciona da seguinte forma: os de baixa concorrência tendem a ter reajuste menor para coibir abuso de preço. Em relação aos de alta concorrência, como os genéricos, a alteração no valor pode ser maior por terem mais liberdade de regulação no mercado.
RECLAMAÇÕES
De qualquer forma, a ameaça de aumento no preço dos medicamentos já tem repercutido negativamente em Belém. Os consumidores ainda não possuem mais informações sobre as mudanças, mas a reclamação é geral. Alguns já pensam em novas estratégias para economizar ainda mais.
Com um gasto fixo mensal de R$ 350 nas farmácias, o economista Rosinaldo Galati, 74, já vê o impacto na renda no final do mês. “Devido a questões na minha saúde, eu preciso ter esse gasto com remédios. Com esse aumento, esse custo chegará próximo dos R$ 400, comprometendo ainda mais as minhas finanças”, lamentou o idoso.
O economista acredita que as autoridades precisam pensar em planos para melhorar o salário. “Não acredito que o governo precise criar ações para dar de graça os medicamentos, pois já existe isso em nosso país. Precisamos ter poder de compra e isso inclui melhores salários e uma queda nos preçosdos produtos”, ressaltou.
ALTERNATIVAS
Ao longo da vida, Rosinaldo se dedicou para compreender os fenômenos econômicos dos indivíduos, instituições e da sociedade. Uma das orientações frente às diversas altas inclui: pesquisa de preços, remédios genéricos e investir em medicamentos oferecidos pelas farmácias populares.
“Quem já comprou sabe que as drogarias populares oferecem preços interessantes e que podem ser um viés para a economia”, sugeriu. “Esse tipo de instituição está espalhada em vários bairros de Belém e lá tem uma gama de remédios que suprem a maioria das demandas da população”, completou o economista.
5 DICAS PARA ECONOMIZAR
A associação Brasileira de Defesa do Consumidor – divulgou uma lista com orientações para ajudar aos consumidores na hora de buscar o melhor custo-benefício na hora de ir a uma drogaria.
Pesquisa de preços
A comparação é essencial para garantir a economia. Seja em diferentes redes de farmácias e drogarias ou através de revendedores on-line.
Marcas x genéricos
Na hora de ir ao médico, peça para que o profissional da saúde prescrever o medicamento não pelo nome comercial, mas sim pelo nome do princípio ativo. Desta forma, é mais fácil encontrar um medicamento genérico com a mesma eficiência.
Fidelidade
A maioria das farmácias e drogarias possuem um plano fidelidade. Essas ferramentas ajudam na hora de fechar a compra no caixa.
Remédios gratuitos
É possível encontrar diversos remédios gratuitos nas Unidades Básicas de Saúde. Basta ir a uma das unidades e se informar quanto aos medicamentos disponíveis e os procedimentos para receber.
Farmácia popular
Nestes estabelecimentos, o consumidor consegue encontrar remédios com até 90% de desconto.
Fonte: Diário do Pará