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`Ditadura da magreza’ pode causar distúrbios alimentares graves e até depressão

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Você já ouviu falar em Dia da Gula? A data, estabelecida em 26 de janeiro e lembrada pelas organizações de saúde, serve para alertar sobre os distúrbios alimentares. De acordo com os dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 4,7% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno relacionado à alimentação, sendo mais graves os quadros de anorexia e bulimia, resultados muitas vezes da chamada “ditadura da magreza” imposta pela moda.

Esses transtornos podem ser de origem genética, psicológicas e até sociais, causando uma perturbação persistente na alimentação. Os casos mais conhecidos envolvem a anorexia nervosa, bulimia e transtorno da compulsão alimentar (TCA). Nos jovens, a incidência desses transtornos alimentares pode ser ainda maior.

A nutricionista Edilssa Carla, coordenadora de nutrição do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, relaciona a maioria dessas patologias aos padrões de beleza geralmente embutidos pela sociedade, que refletem no emocional das pessoas. “A alimentação gera culpa, medo, raiva. Muitas pessoas procuram por dietas equivocadas em busca do emagrecimento a todo custo”, cita.

A nutricionista também esclarece que a obesidade pode ter fatores psicológicos, relacionados inclusive a discriminação da sociedade. “A obesidade é um problema multifatorial, desencadeado por fatores genéticos, biológicos, sociais e psicológicos. São indivíduos mais vulneráveis ao sofrimento psíquico causado principalmente pela discriminação social”, diz.

As questões emocionais são confirmadas pela psicóloga Janaína Nascimento, da organização Pró-Saúde. Ela explica que o estresse do dia a dia e a busca por um corpo perfeito podem levar a problemas graves de saúde. “A baixa autoestima, problemas emocionais acumulados e a falta de tempo para se alimentar corretamente são alguns dos principais fatores que levam aos transtornos alimentares”, explica.

Janaína garante que esses problemas são mais comuns do que se imagina. Ela firma que muitas pessoas utilizam a alimentação como forma de compensação para um problema emocional mais profundo, incluindo a depressão. “No organismo, temos neurotransmissores relacionados ao prazer, como a serotonina. Ao se alimentar, esse sentimento é ativado, principalmente quando é algo que sacia uma determinada vontade”, ressalta ela, que atua no Hospital Regional do Baixo Amazonas, localizado em Santarém, interior do Pará.

Primeiro passo para resolver transtornos alimentares é procurar ajuda

Os profissionais de saúde ressaltam que, independentemente do tipo de transtorno, o importante é procurar por ajuda imediatamente para ser acompanhado por uma equipe multiprofissional, como endocrinologista, nutrólogo, psicólogo, entre outros. A psicóloga Janaína Nascimento explica que a psicoterapia é uma das especialidades que podem ajudar a identificar as situações em que o paciente acaba desenvolvendo a compulsão.

Já Edilssa Carla garante que  a orientação de um nutricionista contribui na análise de cardápio diário, individual e específico para uma alimentação saudável. “Pense em sua qualidade de vida e busque uma alimentação balanceada. Pratique atividades físicas regularmente, beba bastante água e evite alimentos gordurosos”, sugere a nutricionista.

Principais transtornos alimentares

Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) atinge cerca de 2,6% da população mundial. Enquanto no Brasil, 4,7% da população têm algum tipo de transtorno, como anorexia, bulimia, e compulsão, sendo mais comum entre os jovens entre 14 e 18 anos. Transtorno de Purgação e até Síndrome do Comer Noturno também são algumas das principais patologias envolvendo a alimentação.

No caso da anorexia, o transtorno envolve o medo de engordar e na perturbação de como enxergar o próprio corpo. A pessoa deixa de ingerir calorias causando, inclusive, risco a própria vida. É a doença com mais chance de mortalidade e alto risco de suicídio.

Já a bulimia traz episódios de compulsão alimentar com práticas de indução de vômito para evitar o ganho de peso. Apesar de comum em mulheres, é importante dizer que homens também são afetados. Assim como a anorexia, a bulimia também traz alto risco de suicídio.

O Transtorno de Compulsão Alimentar é o ato de comer indiscriminadamente, mesmo sem sentir fome. É o transtorno mais comum, além da Síndrome do Comer Noturno, onde a ingestão de alimentos ocorre com mais frequência no período da noite e o paciente também sofre para conseguir dormir.

Entre outros problemas, está o Transtorno de Purgação, no qual há indução de vômito pela pessoa e até uso de medicamentos para perda de peso.

Fonte: Portal Roma News

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