A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) concluiu nesta quarta-feira (23) a força-tarefa de vacinação contra o sarampo em 16 dos 17 municípios prioritários, que concentram a maioria dos casos confirmados da doença no Pará. O objetivo da ação, que começou no último dia 24 de agosto, com o apoio do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), foi interromper a circulação do vírus no Estado.
A meta da vacinação em massa foi atingir a população de 6 meses a 59 anos, principalmente a faixa etária de 20 a 49 anos, mesmo os já vacinados. Os 17 municípios prioritários foram Abaetetuba, Ananindeua, Augusto Corrêa, Barcarena, Belém, Benevides, Bragança, Breves, Cametá, Castanhal, Curuçá, Igarapé-Miri, Mãe do Rio, Marabá, Marituba, Moju e Novo Repartimento.
Desses, atingiram a meta mínima de 95% de cobertura os municípios de Mãe do Rio, Breves, Benevides, Bragança e Curuçá, de acordo com o balanço parcial da Divisão de Imunizações da Sespa, com base em dados enviados pelos municípios. Somente Marabá prossegue a vacinação de varredura por ter iniciado a ação no dia 30 de agosto.
Ações em outubro – Para continuar a mobilização de esforços destinados a combater o sarampo e fazer com que o Pará atinja um nível de cobertura aceitável, a Sespa continuará mobilizando a população-alvo por meio de outras iniciativas de vacinação em outubro. “Serão medidas necessárias para o resgate de quem ainda não foi vacinado contra o sarampo”, informa a coordenadora da Divisão de Imunizações da Sespa, Jaíra Ataíde.
Para tanto, estão previstas no Pará, entre os dias 5 e 30 de outubro, as campanhas de atualização do calendário vacinal da criança menor de 1 ano, a exemplo da pentavalente; de atualização da vacinação do adolescente, como a que previne o HPV, e de vacinação indiscriminada de 20 a 49 anos para conter o sarampo, além da campanha de vacinação contra poliomielite, indicada para crianças entre 12 meses e 5 anos de idade.
Além dessas medidas, a Secretaria conta, desde abril, com uma Sala de Situação do Sarampo para o monitoramento do surto, com representantes das áreas de Vigilância Epidemiológica, Imunizações e Atenção Básica da Sespa e Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), além da Opas e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), para discussão de ações contínuas a serem realizadas de forma integrada, para propor soluções técnicas de combate ao surgimento de novos casos.
Dados do Boletim – De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de Sarampo da Sespa, de 1º de janeiro a 21 de setembro deste ano, o Pará confirmou 5.248 casos de sarampo, incluindo cinco óbitos, o que corresponde a 65% do total de casos confirmados no Brasil, com uma incidência de 59,0 casos por 100 mil habitantes. Os dados também apontam que 69% dos casos confirmados no Estado foram registrados em pessoas não vacinadas com a tríplice viral, e 13% referiram pelo menos uma dose da vacina.
Hoje, os municípios com maior número de casos de sarampo são Belém (1.475), Ananindeua (961), Breves (269), Marituba (255) e Abaetetuba (217). Os números apontam que a Região Metropolitana de Belém é a que apresenta o maior número de casos confirmados da doença em todo o Pará. Na sequência, estão os municípios localizados nas regiões do Tocantins, Metropolitana III, Marajó II e Carajás.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica alerta que os profissionais de saúde devem notificar os casos suspeitos de sarampo em até 24 horas após o atendimento, investigar a busca de contatos em 48 horas e fazer o bloqueio vacinal seletivo em, no máximo, 72 horas após a notificação, para a interrupção da circulação do vírus e do surgimento de outros casos.
Contágio – O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível e extremamente contagiosa. A transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas, e tem início até seis dias antes do surgimento do exantema (mancha vermelha na pele).
A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral, e a única forma de prevenção é a vacina. Os principais sinais e sintomas do sarampo são febre, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele. A pessoa deve procurar um serviço de saúde logo que apresentar os primeiros sinais da doença, e procurar as salas de vacinação.
Fonte: Agência Pará