O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) deflagrou na manhã desta quarta-feira (11), na cidade de Igarapé-Miri, a “Operação Escambo” para cumprimento de cinco mandados de prisão, sendo três vereadores – um deles presidente da Câmara de Vereadores do município -, o secretário municipal de Administração e um empresário da cidade. Todos são suspeitos de associação criminosa envolvendo a aprovação de projetos legislativos.
Até o final da manhã foram presos o secretário de Administração, o empresário e dois vereadores, entre eles o presidente da Câmara. O terceiro vereador está foragido. Eles estão sendo encaminhados à Belém, para a delegacia-geral da Polícia Civil, precisamente na Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (DECOR). De lá serão encaminhados para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para exame de corpo de delito e depois entregues ao sistema penal pela Polícia Civil.
As investigações do MPPA apontam que os investigados participam de um grupo criminoso montado para praticar delitos a partir da função que ocupam e da influência que exercem em Igarapé-Miri. O grupo é suspeito de cometer crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato, coação no curso do processo, além de falsificação de documentos.
A busca e apreensão ocorreu na residência e local de trabalho dos investigados, vereadores Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga- residente da Câmara), Mario Jelffison Farias Pantoja (Kadheq) e Ruffino Leão e Gelffson Brandão Lobo (professor Gel-secretário municipal) e o empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos).
Durante as investigações o Ministério Público constatou, por exemplo, a compra de votos para doação de um terreno pertencente ao Município de Igarapé-Miri, com aproximadamente 18.000 m², no centro da cidade, ao empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos), dono de um dos maiores supermercados da cidade.
Conforme apurado, existe um pedido de doação do terreno desde o ano de 2014, porém se encontrava parado até este ano, quando Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga) assumiu a presidência da Câmara Municipal e prometeu ao empresário que agilizaria a conclusão da doação.
Diante da promessa de Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga), a doação do terreno foi colocada em pauta e votada de forma favorável ao empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos), entretanto houve o pagamento da quantia de R$ 5,5 mil para que fosse rateado em seu grupo político para que votassem pela doação do terreno.
O MP ouviu o responsável por repassar a quantia em dinheiro ao vereador Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga), tendo ele narrado que o dinheiro seria um “agrado” aos vereadores. Consta ainda que foi repassado, após a votação na Câmara, por meio de outra testemunha a quantia de R$ 1,5 mil ao secretário de Administração, Gelffson Brandão Lobo, para que agilizasse a documentação do terreno.
A Operação Escambo teve o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça e contou com a atuação de nove promotores: Danyllo Colares, Marcela Melo, Mônica Melo, Amanda Lobato, Reginaldo Álvares, Renato Belini, Vyllia Sereni, Thiago Takada e Louise Araújo.
Fonte: Site MPPA