Pela terceira semana seguida a gasolina teve o preço reajustado no país. No Pará, tem litro do combustível vendido a mais de R$ 5. O aumento afeta diretamente o bolso de todos, não apenas de quem tem veículo. Altamira tem a gasolina mais cara do estado. O valor chegou a R$ 5,24 na semana passada. Nesta quarta-feira tinha posto vendendo a R$ 5,39.
A última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, feita no início do mês, também mostrou que o preço máximo da gasolina encontrada nos postos de Belém era R$ 4,79.
A auxiliar administrativa Leonice Silva se viu obrigada a trocar o carro pela moto, mas ainda assim está procurando outras alternativas. “Tem que traçar um percurso para fazer o trajeto mais rápido ou ir a pé até onde dá, para economizar”, diz.
De acordo com o Dieese-Pa, esta é a terceira semana seguida de aumentos. “Com essa nova alta de 1.68, quase 1.70, a tendência é de que essa semana feche a quarta semana de aumento seguido no preço da gasolina. Isso traz uma situação muito ruim, porque se paga direto na bomba e, por tabela, todos nós pagamos porque os bens e serviços são alcançados”, explica o supervisor do Dieese-Pa Roberto Sena.
Quem trabalha no ramo alimentício, em restaurante, por exemplo, depende do transporte de produtos e está sentindo o peso do reajuste. Ao valor de entrega em um restaurante de Belém aumentou e o dono, Frederico Fragola, teve de diminuir o quadro de funcionários para não repassar outros reajustes para o cardápio.
“Está difícil, porque a maioria dos itens com os quais a gente trabalha sofre incidência do valor do combustível. Estamos segurando para o consumidor não sentir isso”, diz o empresário.
“Muito complicado, o preço não para de subir e a gente continua com o salário congelado”, diz o engenheiro civil Marcelo Silva, que, para economizar, se vê obrigado a colocar etanol no carro ou não usar o ar condicionado do veículo.