Policiais militares da 17ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) receberam uma denúncia de que uma carga de fertilizantes que tinha como destino uma empresa em Sorriso, Mato Grosso, estava sendo descarregada em uma propriedade do município de Rurópolis, sudoeste do Pará, configurando furto do produto. Os policiais foram até o local indicado na tarde do dia 22, e após flagrarem o descarregamento do produto, conduziram três suspeitos à delegacia.
O motorista da carreta bitrem, outro motorista que estava como auxiliar e um agricultor do município de Rurópolis foram ouvidos em depoimento na delegacia de Polícia Civil de Rurópolis. Os motoristas Marcelo Cueto Gazana e Evaldo Gonçalves Nascimento Silva foram iniciados por apropriação indébita, uma vez que a carga que tinha como destino o estado do Mato Grosso foi desviada. Já o agricultor Raul João Dadalt foi indiciado por receptação, por ter negociado produto resultante de furto.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Ariosnaldo Vital Filho, os três indiciados ainda podem responder pelo crime de associação criminosa. O delegado solicitou perícia técnica do material transportado pela carreta.
Em depoimento à polícia, o motorista Marcelo disse que não sabia que o produto que havia levado para a propriedade de Raul Dadalt estava sendo desviado da empresa Bertuol. Já o auxiliar de motorista Evaldo Gonçalves disse que de fato ofereceu a carga de cerca de 54.500 kg de superfosfato triplo para Raul Dadalt a mando de “Diego/Gordinho”, que havia contratado o transporte de seis carretas e ao final, disse que o proprietário do adubo só precisaria de cinco caminhões e que era pra arrumar alguém na região para vender a carga.
“Como eu já havia feito frete de grãos para o Sr. Raul ofereci a ele a carga que achava que era de sobras do fundo do navio. Ele disse que não compraria coisa enrolada, mas acabou aceitando pagar pela carga o valor de 60 mil reais que seria depositados na conta do Gordinho”, contou Evaldo à polícia. Ele também disse que só estava no local porque precisava apresentar Marcelo a Raul, uma vez que o motorista não conhecia a propriedade e nem o agricultor.
Já o agricultor Raul Dadalt disse em depoimento que pediu a nota fiscal do produto, mas foi informado pelo motorista que não tinha nota porque trata-se de produto avariado, da varredura do fundo de navio. Ele então pediu que descarregassem e então percebeu que o adubo era de boa qualidade, mas não houve qualquer negociação. Disse também que logo em seguida as viaturas da polícia chegaram ao local.
Representantes da empresa proprietária do fertilizante e também da transportadora responsável por levar a carga até o Mato Grosso já foram ouvidos pela polícia.
Fonte: G1 Santarém