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Começa nesta terça (1) segundo período de vazio sanitário da soja no Estado

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Começa nesta terça-feira (1) e segue até o dia 30 de outubro o vazio sanitário da soja, estratégia adotada pelo Estado para incrementar o setor. Segundo a Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), a medida é válida para nove municípios das regiões nordeste e sudeste paraense. Durante a restrição, fica proibido cultivar, manter ou permitir a presença de plantas vivas de soja. O Pará é o segundo maior produtor da região Norte.

A partir desta terça, o vazio sanitário da soja ocorre nos municípios de Aurora do Pará, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará, Mãe do Rio, Paragominas, Ulianópolis, Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins e Rondon do Pará. É o segundo período da estratégia. O primeiro começou no dia 15 de julho, em 34 municípios, além dos distritos de Cachoeira da Serra e Castelo de Sonhos, em Altamira.

O vazio sanitário é uma das estratégias para manejo e controle da ferrugem asiática, principal praga que ataca a cultura, que pode ocasionar até 75% de perda da safra. “Essa medida faz com que se reduza a presença sucessiva dos esporos do fungo causador da ferrugem asiática no campo, principalmente na entressafra, pois ele sobrevive e se multiplica em plantas vivas de soja, sejam cultivada ou guaxas”, explica a gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica da Adepará, Maria Alice Thomaz.

Segundo a gerente, o vazio sanitário contribui, ainda, para a redução da quantidade de aplicação de produtos químicos no controle da doença, além de evitar que o fungo desenvolva resistência às moléculas agroquímicas.

Os períodos de vazio sanitário da soja e os municípios que devem seguir o calendário foram determinados na Portaria nº 1.745/ 2020, da Adepará, que estabelece também quatro medidas que precisam ser adotadas pelos produtores: cadastro da área de plantio de soja, anualmente, na safra e safrinha; destruição e controle das plantas voluntárias de soja; não cultivo durante todo o período de vazio sanitário; comunicação à Adepará da ocorrência de ferrugem asiática.

A diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, Lucionila Pimentel, destaca o alinhamento das atividades desenvolvidas no Pará às do Programa Nacional de Controle de Ferrugem Asiática da Soja, do Ministério da Agricultura. “Nossas ações visam o fortalecimento do sistema de produção agrícola da soja com a defesa sanitária vegetal”, afirma.

Danos – O não cumprimento do vazio sanitário acarreta na antecipação do surgimento da doença nas áreas cultivadas, elevação no número de aplicação de fungicidas para o manejo da praga, elevação dos custos de produção e, consequentemente, a redução da produtividade. Quem alerta é o gerente de Defesa Vegetal da Adepará, Rafael Haber.

“Infelizmente, estas consequências não ficam restritas à propriedade que desobedeceu ao período do vazio sanitário, pois esse fungo se dissemina a longas distâncias pelo vento, não respeitando qualquer limite, seja da propriedade, município ou Estado, afetando toda a região produtora de soja que se avizinha”, acrescenta. Ele reforça também a obrigação do cadastro anual do produtor de soja. “O produtor está bem consciente dessa estratégia de manejo e está cumprindo as exigências. Contudo, a falta de cadastro anual e a não eliminação das plantas voluntárias de soja são, atualmente, a maior causa das multas aplicadas nas fiscalizações”.

O produtor que não cumprir a Portaria 1.745/ 2020 estará sujeito às penalidades previstas na Lei Estadual nº 7.392, de 7 de abril de 2010. Infringir qualquer uma das determinações implica em multas que são estabelecidas em Unidade Fiscal Estadual de Referência (UPF/ PA), atualmente no valor de R$ 3,5751. Os valores das penalidades variam de mil a 10 mil UPF/ PA, ou cerca de R$ 35.751.

Destaque – A produção de soja paraense vem apresentando ritmo significativo de crescimento, passando de 85,4 mil hectares, em 2010, para 603.473 mil hectares de área cultivada em 2020. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta também o município de Paragominas como principal polo produtor de grãos do Estado, com mais 300 mil hectares da totalidade cultivada este ano.

A expectativa é que sejam colhidas 1,855 milhão de toneladas de soja na safra deste ano. Em 2019, a produção foi de 1,7 milhão de toneladas, números que deixaram o Pará na segunda colocação entre os produtores da região Norte e na 13ª posição do ranking nacional.

Fonte: Agência Pará

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