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Chocolate artesanal produzido com amêndoa de cacau de Novo Repartimento ganha concurso de melhor do Brasil

O cacau utilizado pela ganhadora é oriundo do assentamento Tuerê que também já foi destaque de outras premiações internacionais sendo acompanhado pela Sedap

Foto: Mateus Costa - Ascom Sedap
Foto: Mateus Costa - Ascom Sedap
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O chocolate artesanal feito com a amêndoa de cacau produzida no município de Novo Repartimento, localizado na Região de Integração do Lago Tucuruí, ganhou o primeiro lugar no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2021/ Chocolate. A chocolateira premiada, Priscila França Rosendo, de São Paulo, adquiriu o cacau cultivado no assentamento Tuerê pelo produtor Francisco Cruz, de 34 anos, que é mais conhecido na comunidade como “Edvaldo”.

O anúncio dos vencedores foi feito na última semana, no dia 14 de setembro, através de uma transmissão virtual. Além do chocolate fabricado a partir da amêndoa de Tuerê, o Pará também esteve representado entre os melhores chocolates artesanais do Brasil através da Cacauway, da chocolateira Hélia de Moura, que ficou com o sétimo lugar. Todos os finalistas receberam certificado de participação.

O prêmio foi realizado pelo Sistema CNA/Senar (Confederação Nacional da Agricultura e Sistema Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o Centro de Inovação do Cacau (CIC) e com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Tem o apoio do Programa Compre do Pequeno do Sebrae. As amostras de chocolates passaram por etapas eliminatórias e classificatórias: análise técnica, degustação às cegas e julgamento da história do produto, segundo informações divulgadas na página virtual da CNA.

“Esse chocolate foi feito a partir da amêndoa de cacau produzida em um assentamento da Amazônia. É resultado de muito trabalho e muita pesquisa. Estou muito feliz”, afirmou a chef chocolateira Priscila França Rosendo na sua fala após o anúncio dos vencedores.

Tradição

Apesar de não ter participado diretamente da competição, o cacaueiro de Novo Repartimento diz que se sente honrado em ter processado uma amêndoa de qualidade. O agricultor ressalta que o feito é resultado de muito trabalho que realiza diariamente na sua propriedade de 10 hectares onde planta o fruto que garante o seu sustento e da família.

Desde os 13 anos de idade, como contou “Edvaldo”, aprendeu os primeiros passos no cultivo de cacau. O ensinamento foi repassado pelo pai. O produtor diz que para chegar ao nível de produção atual, foi muito importante o apoio que recebeu do Governo do Estado, através da cessão de estandes para participar do Festival Internacional de Chocolate e Flor Amazônia, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).

Incentivo

Em 2019, o cacaueiro do assentamento Tuerê participou do Salão de Paris por conta da amêndoa produzida na sua propriedade. A ida do produtor à França foi possível graças ao apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau), coordenado pela Sedap.

O coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau) da Sedap, engenheiro agrônomo Ivaldo Santana, que esteve durante a última semana em Novo Repartimento para visitar a área de cultivo dos produtores locais, entre ele a do Francisco Cruz, diz que a premiação obtida pela chocolateira Priscila Rosendo com a utilização da amêndoa do Tuerê, é motivo de muita satisfação não apenas para o produtor como para os membros do Funcacau, composto por representantes de órgãos públicos e privados e demais instituições parceiras.

“Os produtores já estão fornecendo os seus produtos diretamente para os fabricantes e esse chocolate, por sua vez, ganha o Brasil e o mundo; nós estamos mostrando lá fora o potencial do nosso cacau que todo ano cresce em torno de sete por cento em número de área plantada e de produtores na cadeia; isso é um esforço do produtor, do empenho do Estado e dos nossos parceiros que concorrem para a melhoria da qualidade do nosso cacau”, destacou o coordenador do Procacau.

 O supervisor técnico da ONG Solidaridad Brasil, Pedro Souza dos Santos, que acompanha de perto o trabalho dos produtores de Novo Repartimento, diz que a entidade acompanha e incentiva os cacaueiros locais.

“Essa premiação nos alegrou muito; a equipe da Solidaridad faz esse acompanhamento e todo mundo que conhece o projeto aqui na Amazônia ficou muito feliz porque vê que isso é resultado do nosso trabalho, da semente que foi plantada, do fruto que foi gerado e que agora está dando resultado”, destaca. O técnico informa que soube da premiação pela própria chocolateira, Priscila Rosendo, que relatou ter ficado bastante satisfeita e fez questão de ressaltar a origem da amêndoa que ela utilizou no seu trabalho.

Além de Francisco Cruz, o cacau de Novo Repartimento se destaca em outras premiações importantes. Um exemplo é o fruto produzido pelo agricultor João Evangelista, popular “Rogério”, que participa do prêmio Cocoa of Excellence (Cacau de Excelência), do Salão de Chocolate de Paris, considerada a mais importante programação do chocolate do mundo. No total, 50 concorrentes disputam o prêmio previsto para ser anunciado no próximo mês.

Fonte: Agência Pará

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