Marcos de Souza Oliveira, comandante da lancha “Dona Lourdes II”, que naufragou e deixou mais de 20 pessoas mortas, no dia 8 deste mês, na ilha de Cotijuba, se apresenta ainda hoje à Polícia Civil do Pará. O advogado de defesa dele, Dorivaldo Belém, confirmou que orientou ele a se apresentar, o que deve ocorrer às 10h desta terça-feira (13), na Delegacia Geral, em Belém.
Para a Polícia Civil, Marcos é suspeito de homicídio doloso, quando o risco de morte é assumido. Esse risco seria a superlotação da embarcação e operação irregular da linha Marajó – Belém, com embarques e desembarques em trapiches também irregulares. Até a manhã desta terça, 22 mortes estavam confirmadas e 66 pessoas foram resgatadas com vida.
A lotação máxima da lancha era de 82 passageiros. As buscas continuam por corpos que possam estar dentro ou perto da embarcação, próximo à ilha de Cotijuba. Ainda não se sabe, de fato, quantas pessoas estavam na embarcação. Logo, o número de desaparecidos permanece incerto.
O titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado, destacou que Marcos era procurado. Porém, ainda não havia mandado de prisão contra ele, o que não o colocava na condição de foragido. As investigações estão em curso e foram colocadas em sigilo.
O comandante não era proprietário da lancha. A dona é a mãe dele, Meire Ferreira Oliveira. Marcos já trabalhava com transporte de passageiros e já teve duas embarcações apreendidas por irregularidades, além de várias autuações pela Arcon e pela Marinha do Brasil. Dois dias antes do acidente, ele havia sido notificado novamente sobre a irregularidade da lancha “Dona Lourdes II”.
Fonte: O Liberal