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MPF requisita providências urgentes à PF e à Segup para esclarecer atentado contra indígena no Pará

Instituição também convocou reunião de emergência com diversos órgãos públicos para esta segunda-feira (15)

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O Ministério Público Federal (MPF) requisitou, neste domingo (14), providências urgentes à Polícia Federal (PF) e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) do Pará com o objetivo de esclarecer a tentativa de homicídio de uma liderança indígena.

Segundo informações que indígenas encaminharam ao MPF, na madrugada de domingo dois pistoleiros atiraram contra o cacique Lúcio Tembé, em Tomé-Açu, no nordeste do estado.

A vítima foi alvejada no rosto e precisou ser encaminhada às pressas para atendimento em UTI na região metropolitana de Belém. O MPF não teve acesso a novas informações sobre o estado de saúde do indígena.

Outra medida tomada pelo MPF neste domingo foi convocar reunião de emergência para esta segunda-feira para tratar do caso com representantes de vários órgãos públicos.

Ataques em série – Para o MPF, é possível que esse seja mais um episódio de violência que os indígenas Tembé de Tomé-Açu estão sofrendo por causa de conflito com empresas produtoras de dendê na região, o que impõe a atuação dos órgãos federais,  tendo em vista que a disputa envolve direitos coletivos dos povos indígenas.

Desde a instalação da empresa Biopalma ao redor da Terra Indígena Turé Mariquita, em Tomé-Açu, vários episódios de violência contra os indígenas já ocorreram, relatam os ofícios expedidos pelo MPF neste domingo.

Os Tembé reivindicam várias áreas em que hoje existe plantação de dendê, pois consideram que essas áreas pertencem à comunidade indígena.

Requisições – À PF o MPF requisitou a instauração de inquérito policial e que sejam tomadas as seguintes providências, além de outras que a autoridade policial entender cabíveis:

– diligência urgente no local do crime deste domingo, com elaboração de relatório policial da missão, acompanhado de captura de fotos, vídeos e planilha geográfica da região;

– expedição de ofícios para a Polícia Civil de Acará e de Tomé-Açu, para a Segup e para o Instituto Médico Legal, para remeterem informações atualizadas sobre os registros dos vários crimes sofridos recentemente pelos Tembé;

– coleta de imagens e vídeos desses crimes, disponíveis em fontes abertas e em posse dos habitantes da região que presenciaram o cometimento dos crimes;

– realização de entrevistas com os moradores locais, com o objetivo de identificar, qualificar, localizar e inquirir todas as vítimas, testemunhas e suspeitos dos fatos;

– oitiva das vítimas, testemunhas e suspeitos dos crimes.

“Requer-se à autoridade policial federal a atribuição de caráter de urgência e prioridade ao cumprimento das atuais e futuras medidas investigativas no inquérito policial em questão, tendo em vista o intenso nível de conflituosidade da região do nordeste paraense, com riscos concretos à vida e à integridade física dos indígenas”, destaca, na requisição, o procurador-chefe da unidade do MPF no estado, Felipe de Moura Palha.

O MPF também solicitou à Segup urgência na adoção de providências para elucidação do crime cometido contra o cacique Lúcio Tembé.

POSICIONAMENTO DO GRUPO BBF

O Grupo BBF (Brasil BioFuels) refuta qualquer ilação a respeito da sua ligação com o ataque ao cacique Lúcio Tembé e espera que as autoridades esclareçam o mais rapidamente possível os fatos. A companhia se solidariza com as vítimas e estima rápida recuperação da saúde do cacique.

A empresa esclarece que atua em 5 estados da região Norte e mantém diálogo contínuo com as comunidades indígenas e quilombolas que coabitam regiões onde desempenha suas atividades produtivas, prezando sempre pela boa convivência e respeito ao meio ambiente e às culturas.

O Grupo BBF trata seus casos exclusivamente dentro da esfera legal, refutando, desta forma, qualquer tipo de violência. A companhia reforça que no caso envolvendo o cacique Lúcio Tembé sequer houve qualquer fato ou evidência que conectem o envolvimento da empresa com o fato ocorrido. Por fim, a empresa repudia a forma leviana de alguns veículos em tentarem conectar seu nome e da antiga empresa Biopalma no caso.

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