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Naufrágio no Pará: corpo encontrado em Abaetetuba é da menina Sofia, de 4 anos, desaparecida há quase um mês

Corpo foi reconhecido por meio de vestimentas por familiares. Sofia Loren Andrade dos Santos foi vítima do naufrágio de lancha Dona Lourdes II, que deixou 23 mortos e 66 sobreviventes. A embarcação saiu do Marajó e afundou próximo à ilha de Cotijuba, distrito de Belém.

Foto: Reprodução / Redes sociais
Foto: Reprodução / Redes sociais
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Foi confirmado pela Polícia Científica do Pará que o corpo de uma criança encontrado em Abaetetuba, a 50 quilômetros de Belém, é da menina Sofia Loren Andrade dos Santos, de 4 anos.

Ela estava desaparecida há quase um mês, desde o naufrágio da embarcação que saiu da ilha do Marajó para a capital paraense. Ao menos 23 pessoas morreram e 66 sobreviveram. O condutor da lancha Dona Lourdes II está preso.

Segundo a perícia, o corpo foi reconhecido por meio de vestimentas por familiares. “Os parentes, que fizeram a procura, não são aptos para a coleta de DNA, que só pode ser realizada pelos pais biológicos ou irmãos consanguíneos”, informou.

Na terça-feira (4), o corpo esteve na Polícia Científica do Estado, em Belém, onde foi periciado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), o corpo da criança já estava em estado de decomposição e foi localizado na entrada do Rio Tauera de Beja e localizado por moradores da região na segunda-feira (3). Os bombeiros foram chamados e fizeram o resgate.

Lancha Dona Lourdes que naufragou próximo à Cotijuba, na travessia do Marajó a Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal

Lancha Dona Lourdes que naufragou próximo à Cotijuba, na travessia do Marajó a Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal

Sofia estava desaparecida desde o naufrágio, em 8 de setembro. Aflita, a família chegou a cobrar que a embarcação fosse retirada do fundo do rio o quanto antes por acreditarem que a menina pudesse estar dentro da embarcação.

Na segunda-feira (3) estava marcado um pregão para selecionar empresa para reflutuação do barco.

No entanto, “durante o prazo estabelecido na licitação, nenhuma empresa apresentou proposta. Portanto, conforme legislação, o processo licitatório deverá ser publicado novamente”, informou a Segup. Assim, não há data prevista para reflutuação.

“‘A Segup reitera que a perícia da embarcação será realizada somente após a reflutuação, tanto pela Polícia Científica do Pará, quanto pela Marinha do Brasil, para inclusão nos respectivos procedimentos de investigação”, informou em nota nesta terça-feira.

Sobre as investigações

A Polícia Civil do Pará (PC-PA) concluiu na sexta-feira (30) o inquérito que investiga o naufrágio da lancha Dona Lourdes II.

O documento já foi remetido ao Poder Judiciário, e os autos enviados ao Ministério Público, para que seja oferecida denúncia contra o comandante da embarcação, Marcos de Souza Oliveira, de 34 anos, que foi indiciado pela polícia por homicídio com dolo eventual.

Dentro do inquérito policial, mais de 60 pessoas foram ouvidas e diversos depoimentos coletados, além de provas, que levaram a Polícia Civil a indiciar Marcos Oliveira.

O advogado criminalista Marco Pina, que atua na defesa da família de duas vítimas do naufrágio, afirma que o inquérito foi distribuído para a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, que tem como titular a juíza Sara Castelo Branco. 

Ele explicou que “o próximo passo é o promotor oferecer a denúncia contra o Marcos Oliveira. E aí volta, a juíza determina a citação do acusado, para que no prazo de dez dias, através do advogado, seja apresentada uma resposta à acusação”. 

Após o processo, deve ser marcada a audiência de instrução e julgamento, na qual serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público, que poderão ser as vítimas sobreviventes.

“ Por fim, o réu será interrogado. Em seguida, MP e defesa irão apresentar memoriais finais e, por fim, a juíza irá decidir se pronuncia o réu para ser julgado pelo Tribunal do Júri ou não”, detalhou Marco Pina.

Aflição da família

A família é de Salvaterra, no Marajó e a mãe de Sofia seguia em Belém para ficar mais perto do local de buscas.

Dois primos pequenos da menina perguntavam diariamente sobre a menina Sofia, pois os três sempre brincavam juntos.

“Meu filho sente muita a falta dela. Ele já perguntou se a Sofia não vem para o aniversário dele”, contou o tio da menina Neres Campelo do Amaral Filho.

Sofia Loren, que está desaparecida após naufrágio no Pará, e o primo, que pergunta diariamente por ela  — Foto: Neres amaral/Arquivo pessoal

Sofia Loren, que está desaparecida após naufrágio no Pará, e o primo, que pergunta diariamente por ela — Foto: Neres amaral/Arquivo pessoal

Quatro pescadores da ilha de Cotijuba receberam Medalha de Mérito por resgatarem sobreviventes. O decreto com o reconhecimento foi publicado em Diário Oficial do Estado.

Segundo a Segup, 66 pessoas que estavam no barco foram resgatadas com vida. Das 23 mortes, 13 eram mulheres, seis homens e três crianças.

Fonte: G1 Pará

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