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Pará lidera ranking de reclamações dos consumidores no Norte

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O Pará registrou cerca de 50 mil reclamações de consumidores em maio, de acordo com levantamento do portal Consumidor.Gov, ferramenta fornecida pelo governo federal. Assim, com as 155 mil reclamações registradas na região Norte no período, é o estado em que a população demonstra maior insatisfação com os serviços das 1.051 empresas cadastradas na plataforma. Fazem parte da pesquisa o relato de 29.574 usuários do portal na região.

Depois do Pará, a população do Amazonas é a que mais tem críticas aos estabelecimentos comerciais e de serviços no Norte, já que contabilizou 40.284 reclamações. Em seguida, aparecem os estados de Tocantins (22.838) e Rondônia (17.328). Em último lugar está o estado do Amapá, com 5.578 reclamações (confira o quadro completo).

O portal Consumidor.Gov não substitui o serviço prestado pelos Órgãos de Defesa do Consumidor, que continuam atendendo os consumidores por meio de seus canais tradicionais de atendimento. Dessa forma, o governo federal recomenda que as pessoas continuem procurando o atendimento dos Procons, Defensorias Públicas, Juizados Especiais Cíveis, entre outros órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, que podem orientá-las e auxiliá-las na resolução de seus problemas de consumo.

Uma das hipóteses sobre a liderança do Pará em reclamações entre os estados do Norte é a falta de preparo de alguns profissionais na hora de atender o público, segundo analisa Amanda Ramalho, advogada e professora de Direito Empresarial do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa). “Há uma falta de empenho na boa prestação de serviço. Falo, inclusive, enquanto consumidora. Muitas vezes precisamos adquirir algum produto e o atendimento não é legal, as informações não são passadas da melhor maneira, e o interesse do momento da venda não se reflete na pós-venda. Assim, como alguém que vive e consumo no Pará, percebo esses pontos de forma volumosa. Então acredito que muitas empresas ainda não focam em oferecer uma excelente prestação de serviços, tanto de venda quanto de pós-venda”, aponta a especialista.

Com o início da pandemia de coronavírus no Brasil, desde a segunda quinzena do mês de março, muitas empresas se viram obrigadas a migrarem para o atendimento digital, sem antes ter sido realizado treinamentos aos funcionários e planejamento. “Alguns, com certeza, fizeram da melhor maneira que conseguiram, mas não da melhor forma. Eu acredito que possa ter aumentado o nível de desafio, seja para a venda por telefone ou para a entrega em modo delivery, que as organizações passaram a enfrentar”, afirma Amanda Ramalho.

Para a advogada, outro ponto a ser destacado quanto ao número de reclamações, é a familiaridade maior com as redes sociais que o consumidor passou a ter, o que pode também ter influído para que “a voz dos clientes seja mais ouvida”. “A produção de conteúdo nas redes sociais, com muita gente ensinando e alertando para questões de extrema importância como o manejo e tratamento dos dados pessoais e sensíveis dos consumidores e sobre os próprios direitos que temos ao estar em uma relação de consumo. Então, penso que as pessoas se empoderaram, o que faz com que qualquer violação de direito seja mais facilmente percebida”, explica.

Apesar de não constar nos dados do portal Consumidor.Gov, Amanda Ramalho aposta que as empresas de telefonia devam ser as mais citadas nas reclamações dos consumidores. “Não são raras ligações em horários inoportunos e recorrentes, até que a pessoa atenda o telefone. E, muitas vezes, por utilizarem agora o mesmo DDD da nossa localidade, você pensa que pode ser um parente, e é alguém tentando vender um plano que, às vezes, você até já tem. Muitas pessoas hoje têm em seu telefone muitos números bloqueados para que não recebam mais ofertas desse tipo. Esse é meu palpite”, conclui.

Fonte: O Liberal

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