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Permanecem presos os brigadistas suspeitos de incêndio criminoso em Alter do Chão

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Foram mantidas pelo juiz Alexandre Rizzi, da 1ª Vara Criminal de Santarém, as prisões preventivas dos quatro brigadistas suspeitos de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão, em Santarém. A decisão foi tomada na audiência de custódia na manhã desta quarta-feira, 27.

A polícia suspeita que o grupo de brigadistas, formado por Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Jesus Almeida e Marcelo Aron Cwerner tenha relação com os incêndios ocorridos em setembro deste ano. A Polícia também de associação criminosa do grupo.

O advogado de defesa, Wlandre Leal, informou que ainda nesta quarta-feira ingressará com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). A audiência foi acompanhada pelo promotor criminal Ramon Furtado e por mais dois advogados de defesa: Paulo Renato Alho e Michel Durães.

De acordo com Wlandre, o juiz se comprometeu a reavaliar os pedidos de revogação de prisões no prazo de 10 dias, ou seja, na conclusão do inquérito policial. “Não existe prova material de que os brigadistas atearam fogo. O que existe é suposição a partir de interceptação de ligações telefônicas e de doações que ocorreram dentro da legalidade”, disse Wlandre.

O juiz Alexandre Rizzi ressaltou que decretou as prisões dos brigadistas baseado nas informações levadas a ele pela polícia de que havia um plano dos suspeitos de atear fogo em outras reservas. E que as prisões foram mantidas para não atrapalhar as investigações e para segurança dos suspeitos.

Manifesto – Por outro lado, os organizadores do Projeto Saúde Alegria (PSA) encaminharam um manifesto assinado por dezenas de instituições e organizações não governamentais no qual dizem que veem com preocupação “a ação de busca e apreensão determinada pelo juiz Alexandre Rizzi nas dependências do Projeto Saúde Alegria (PSA) / CEAPS – Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental em Santarém, Pará”, diz a nota.

Eles ressaltam que “não existe nenhum procedimento criminal específico contra o PSA e esperamos que, de imediato, sejam assegurados todos os seus direitos de livre manifestação de defesa”, dizem os organizadores, acrescentando que esperam “que essa ação não se trate de mais uma ‘pirotecnia’ para tirar o foco dos graves problemas de desmatamento, queimadas, grilagem de terras e perseguição aos povos tradicionais e agricultores familiares que estão ocorrendo na região oeste do Pará e em toda a Amazônia”, afirmam.

Investigação – O Governo do Pará, por sua vez,  informou em nota que sobre a prisão de integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão (Santarém), esclarece que NÃO interfere em investigações da Polícia Civil, que é autônoma. “Também é necessário ressaltar que a Polícia Civil do Pará NÃO tem o poder de efetuar prisões sem a devida autorização judicial, e que não há nenhuma predisposição contra qualquer segmento social. É importante frisar que a Polícia Civil do Pará investigou e prendeu fazendeiros, no último dia 29 de agosto, sob a acusação de envolvimento em episódio criminoso no sudoeste paraense”, afirma.

Por fim, diz a nota, “O Governo do Pará reitera que as ONGs são fundamentais para a preservação das florestas no Estado, e que o Executivo continua parceiro de todas as instituições e entidades que respeitam as leis brasileiras. A própria investigação policial ressalta que este é um episódio isolado, que não desabona a conduta de centenas de ONGs que trabalham em conjunto com o Governo do Pará”, finalzia a nota.

Leia a íntegra do manifesto de Apoio ao Projeto Saúde Alegria (PSA):

É com extrema preocupação que as organizações abaixo assinadas acompanham a ação de busca e apreensão determinada pelo juiz Alexandre Rizzi nas dependências do Projeto Saúde Alegria (PSA) / CEAPS – Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental em Santarém, Pará. Vale ressaltar que não existe nenhum procedimento criminal específico contra o PSA e esperamos que, de imediato, sejam assegurados todos os seus direitos de livre manifestação de defesa.

Da mesma forma esperamos que essa ação não se trate de mais uma “pirotecnia” para tirar o foco dos graves problemas de desmatamento, queimadas, grilagem de terras e perseguição aos povos tradicionais e agricultores familiares que estão ocorrendo na região oeste do Pará e em toda a Amazônia e, por outro lado, proteger os verdadeiros responsáveis por esse grave crime de degradação sociocultural e ambiental e assim envolver e criminalizar os movimentos sociais, organizações de trabalhadores agroextrativistas e ONGs que sempre estiveram ao lado das lutas populares.

Reafirmamos que PSA é uma instituição histórica com mais de 30 anos de atuação em defesa dos extrativistas, povos tradicionais e agricultores familiares na região oeste do Pará. Sua atuação sempre foi marcada pela lisura, transparência, respeito ao estado de direito e demais princípios democráticos e defesa do meio ambiente na Amazônia.

O Projeto Saúde e Alegria – PSA – é uma instituição civil sem fins lucrativos que atua em comunidades tradicionais da Amazônia desenvolvendo programas integrados na área de organização social, saúde, saneamento básico, direitos humanos, meio ambiente, geração de renda, educação, cultura e inclusão digital, visando melhorar a qualidade de vida e o exercício da cidadania. A Arte, o Lúdico e a Comunicação são sus principais instrumentos de educação e mobilização social.

Queremos que a polícia investigue e prenda os grileiros, os especuladores, as quadrilhas que invadem e roubam as terras e florestas públicas, usando o fogo como estratégia para limpar a área. E não que acuse sem provas quem trabalha para defender a floresta.

 

Santarém, 26 de novembro de 2019

Assinam esta nota:

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE SANTARÉM – STTR/STM.

SOCIEDADE PARA PESQUISA E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE-  SAPOPEMA.

TERRA DE DIREITOS.

MOVIMENTO BAÍA VIVA DO RIO DE JANEIRO-RJ

MOVIMENTO TAPAJÓS VIVO – MTV

COLÔNIA DE PESCADORES Z-20/SANTARÉM

FAOR – FÓRUM DA AMAZÔNIA ORIENTAL

MAM – MOVIMENTO PELA SOBERANIA POPULAR NA MINERAÇÃO

CENTRO DE APOIO AOS PROJETOS DE AÇÃO COMUNITÁRIA – CEAPAC

PLATAFORMA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS PELA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO

OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA

GRUPO DE DEFESA DA AMAZÔNIA – GDA

INSTITUTO UNIVERSIDADE POPULAR –  UNIPOP

FEDERAÇÃO DE ÓRGÃOS PARA ASSISTÊNCIA SOCIAL E EDUCACIONAL – FASE

MST & MOVIMENTO DE MULHERES CAMPO E CIDADE – MMCC

FORUM DCA

FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES E COMUNIDADES DO ASSENTAMENTO AGROEXTRATIVISTA DA GLEBA LAGO GRANDE – FEAGLE.

COLETIVO DE MULHERES DE ANANINDEUA EM MOVIMENTO – CMAM

COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM

COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ DA DIOCESE DE SANTARÉM

SOCIEDADE PARAENSE DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS – SDDH

COLETIVO TERRA FIRME

COLETIVO JUNTOS

REDE EMANCIPA

CENTRO DE ESTUDO E DEFESA DA NEGRA E DO NEGRO DO PARÁ – CEDENPA

MOVIMENTO DOS PECADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO BRASIL – MPP

GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO – GTA

INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – INESC

SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS (AS) DO OESTE DO PARÁ – SINSOP

CENTRO DE FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES (AS) DO BAIXO AMAZONAS – CEFTBAM

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE ALENQUER, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE ALENQUER – STTR/ALENQUER

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE JURUTI, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE JURUTI – STTR/JURUTI

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE FARO, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE FARO – STTR/FARO

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE CURUÁ, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE CURUÁ – STTR/CURUÁ

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE MONTE ALEGRE, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE MONTE ALEGRE – STTR/MONTE ALEGRE

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE ITAITUBA, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE ITAITUBA – STTR/ITAITUBA

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE AVEIRO, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE AVEIRO– STTR/AVEIRO

SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE TERRA SANTA, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE TERRA SANTA – STTR/TERRA SANTA

INSTITUTO MADEIRA VIVO – IMV

REDE DE COMUNICADORAS E COMUNICADORES PELOS DIREITOS HUMANOS DE BELÉM.

FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES (AS) DA AGRICULTURA/REGIONAL BAIXO AMAZONAS – FETAGRI-BAM

ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS (AMARC BRASIL)

COLETIVO DE MULHERES INDIGENAS SURARAS DO TAPAJÓS

ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS DO PARÁ – ARCAFAR-PA

ASSOCIAÇÃO DAS FAMILIAS DA CASA FAMILIAR RURAL DE BELTERRA – CFR DE BELTERRA

ASSOCIAÇÃO DA RÁDIO COMUNITÁRIA NOVO HORIZONTE – BELTERRA

RÁDIO COMUNITÁRIA FLORESTA VIVA – 87,9 FM – PLACAS-PA

ASSOCIAÇÃO DE JOVENS – ENGAJA MUNDO

TIARA JACOUT – EXTICTION REBELLION UK

IDADE MÍDIA – COMUNICAÇÃO PARA CIDADANIA

REDE NACIONAL DE PROTEÇÃO A JORNALISTAS E COMUNICADORES

MOVIMENTO NACIONAL DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS

REDE PARAENSE DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS

RÁDIOS COMUNITÁRIAS ANTENA LIVRE – URUARÁ

RÁDIO COMUNITÁRIA INTEGRAÇÃO FM – VILA DE BOIM, RESEX TAPAJÓS ARAPIUNS

RÁDIO COMUNITÁRIA RIO VERDE FM – GOIANÉSIA DO PARÁ

RÁDIO COMUNITÁRIA DE CURUÁ

FÓRUM TELES PIRES

COLETIVO PROTEJA AMAZÔNIA

GT INFRAESTRUTURA

REDE DE PESQUISADORES, DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO

COOPERATIVA DOS TRABALHADORES AGROEXTRATIVISTAS DO OESTE DO PARÁ – ACOSPER

FRANKLIN DA ABONG

ISER ASSESSORIA – RIO DE JANEIRO

ASSOCIAÇÃO DA CASA FAMILIAR RURAL DE SANTARÉM

ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES TRABALHADORAS RURAIS DE SANTARÉM

ASSOCIAÇÃO BEM TE VI DIVERSIDADE

FUNDAÇÃO ZÉ CLÁUDIO E MARIA

FRENTE BRASIL POPULAR TRANSXINGU

ASSOCIAÇÃO DA CASA FAMILIAR RURAL DO LAGO GRANDE

ASSOCIAÇÃO DE MULHERES RURAIS DE BELTERRA – AMABELA

CONSELHO INDÍGENA TAPAJÓS E ARAPIUNS – CITA

ABONG PARÁ

CORDEL – COLETIVO REVOLUCIONÁRIO DE LIBERTAÇÃO – SP

GELEDES INSTITUTO DA MULHER NEGRA

LBL – LIGA BRASILEIRA DE LÉSBICAS

KOINONIA PRESENÇA ECUMÊNICA E SERVIÇO

ARTICULAÇÃO ANTINUCLEAR BRASILEIRA

INSTITUTO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO BRASIL – IEB

SOS CORPO INSTITUTO FEMINISTA PARA A DEMOCRACIA

CENTRAL DE MOVIMENTOS POPULARES – CMP

COLETIVO RIO VERDE VIVO

VIRADA VARGINHA

MUDA DE IDEIA

OCA – LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO E POLÍTICA AMBIENTAL DA ESALQ/USP

FUNDAÇÃO GRUPO ESQUEL  BRASIL

ASSOCIAÇAO DE DEFESA ETNOAMBIENTAL KANINDÉ

OFICINA ESCOLA DE LUTHERIA DA AMAZÔNIA – OELA

OS VERDES MOVIMENTOS DE ECOLOGIA SOCIAL

COALIZÃO PELO CLIMA NO RIO DE JANEIRO

FBOMS – FÓRUM BRAILEIRO DE ONGs E MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

FUNDO SOCIOAMBIENTAL CASA

RECONEXÃO AMAZÔNIA

Fonte: Portal Roma News

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