A Polícia Civil deflagrou, na terça-feira (27/03), a operação denominada Império Obscuro como resultado de investigação sobre práticas criminosas, entre as quais, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraudes tributárias, formação de cartel e comercialização ilegal de armas de fogo. Cinco pessoas foram presas em cumprimento a mandados judiciais de prisão. Duas pessoas estão foragidas.
Além das prisões, 21 mandados judiciais de busca e apreensão domiciliar foram cumpridos. A operação foi realizada de forma simultânea nas cidades de São Félix do Xingu, Tucumã e Marabá, no sudeste do Pará. Foram presos em Tucumã, os empresários e pecuaristas Cézar Randolfo Pimentel Alves e o filho dele Randolfo Alves de Campos Neto.
Em Marabá, foi preso Anilton Vieira dos Santos e, em São Félix de Xingu, foram presos Jhonson dos Santos Barbosa e Welington Albuquerque. Este último, ao ser preso, foi flagrado com armas de fogo e munições em sua casa. Cézar Alves e Randolfo Alves são apontados como os principais alvos do esquema criminoso e foram o centro de todo o trabalho investigativo. Anilton, por sua vez, atuava como contador de Cezar Alves no esquema criminoso e também como intermediador do pagamento de propinas a diversos servidores públicos. Jhonson Barbosa é apontado como “braço direito” de Cézar Alves no esquema e Welington é acusado de participar do comércio ilegal de armas.
Os alvos principais da operação foram pessoas que conquistaram bens patrimoniais elevados acima de suas realidades financeiras por meio de pagamento de propinas a servidores públicos de órgãos estaduais em São Félix do Xingu e de servidores vinculados à Prefeitura da cidade.
Os pagamentos das propinas visavam permitir práticas de sonegação fiscal e de ocultação de patrimônio. Foi possível identificar diversas pessoas que atuavam como intermediadores para pagamentos de propina a servidores ligados à SEFA (Secretaria de Estado da Fazenda), à Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Pará) e à Secretaria Municipal de Meio-Ambiente, Saneamento e Mineração (Semmas) de São Felix do Xingu. As investigações detectaram um elaborado esquema criminoso que envolvia servidores municipais da Semmas.
Mediante recebimento de propina, servidores públicos estariam expedindo autos de infração de baixo valor e licenças ambientais com datas retroativas como forma de se livrar de sanções aplicadas pelos órgãos de fiscalização ambiental federal. Foram coletados concretos elementos da participação de diversos fiscais e do ex-secretário municipal de Meio-Ambiente, com participações de políticos.
As ordens judiciais de busca e apreensão foram expedidas pela Comarca de Tucumã para 21 locais, dentre eles, residências, casas de veraneio, propriedades rurais, empresas e a sede da Semmas de São Felix do Xingu. Nesses locais, foi coletado vasto conteúdo probatório com o cumprimento dos mandados. Foram expedidos também cinco mandados de prisão preventiva e mais um mandado de prisão temporária. As investigações prosseguem para identificar outras práticas criminosas e outros autores envolvidos no esquema.
Fonte: Site da Polícia Civil do Pará