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Programa Quelônios solta mais de 16 mil filhotes na Reserva Biológica do Trombetas, no PA

Entre as espécies integradas ao seu habitat natural estão filhotes de tracajás e pitiús.

Foto: Ascom MRN/Divulgação
Foto: Ascom MRN/Divulgação
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No último fim de semana de fevereiro, foi realizada a soltura de mais de 16 mil filhotes de tracajás e pitiús na Base Santa Rosa, em Oriximiná, no Oeste do Pará. Os quilombolas Noel Pires e Antonio Luiz dos Santos, das comunidades Sagrado Coração de Jesus e Moura, respectivamente participaram desse momento proporcionado pelo Programa Quelônios do Rio Trombetas.

Independente da distância, os quilombolas estão juntos em um único propósito: contribuir para a conservação das espécies de quelônios na Reserva Biológica (Rebio) do Trombetas. E estar de pé, desde às 6h da manhã, para proteger os ovos, prepará-los para eclosão e devolvê-los à natureza é momento único na vida desses comunitários.

A iniciativa do Programa Quelônios do Rio Trombetas é conduzida pelo Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Mineração Rio do Norte (MRN) e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Já são mais de 40 anos desenvolvendo ações para preservação dos quelônios da Amazônia. Um trabalho reconhecido pelos próprios comunitários, que participam ativamente das atividades do programa.

“Se a gente não cuidar agora, vamos sentir a falta mais à frente desses animais. Eu fui entendendo e vendo a importância desses bichos para a natureza e quero que meus filhos e netos vejam também. Por isso que a gente ajuda e contribui com a preservação deles”, afirmou Noel.

CRianças puderam participar da soltura de quelônios na Rebio Trombetas — Foto: Ascom MRN/Divulgação

CRianças puderam participar da soltura de quelônios na Rebio Trombetas — Foto: Ascom MRN/Divulgação

“Para nós é muito importante ter um programa desse. Se não tiver, não demora muito, você vai andar para ver um filhote de um tracajá e será difícil. Acho muito importante ter a parceria do ICMBio, da MRN e demais entidades que queiram ajudar. Espero que essa parceria continue por muitos e muitos anos. Tenho uma netinha que veio conhecer agora nesta soltura um filhote de tracajá”, disse emocionado Antônio Luiz.

A comunitária Dulcinéia de Jesus Barbosa, natural da comunidade Último Quilombo, participa do programa desde 2013 e está satisfeita com os resultados. “Somos felizes por ter parceiros e com isso levamos o programa para a frente somando com todos. A gente deseja que a população vindoura leve também para frente e não deixe esse programa acabar. Ficamos felizes por ter uma reserva produtiva, onde as pessoas nos veem cuidando e falando para outras comunidades que nos ajudem a cuidar daquilo que é nosso para que tenhamos sempre”.

Elessandra Correa, analista de Relações Comunitárias da MRN, viveu a experiência de participar pela primeira de uma soltura do programa. “É uma sensação incrível e apaixonante. A ação tem como finalidade sensibilizar para proteção dos quelônios da nossa região e, nesse trabalho, a MRN é parceira do ICMBio há mais de 30 anos. Para nós é uma honra participar e é extremamente importante garantir a sustentabilidade para manter essa espécie por muitos e muitos anos”, declarou.

Filhotes de quelônios soltos na natureza  — Foto: Ascom MRN/Divulgação

Filhotes de quelônios soltos na natureza — Foto: Ascom MRN/Divulgação

Além da Base Santa Rosa, outras duas bases avançadas fazem parte das atividades do Programa Quelônios do Rio Trombetas: Erepecu e Tabuleiro. Em todas elas, o ICMBio realiza ações estratégicas de proteção, incluindo fiscalização e educação ambiental.

“Acreditamos que é importante ter a conservação desses quelônios, mas é preciso dar ênfase às ações socioambientais porque temos certeza de que quando se amplia a possibilidade do uso dos recursos, se diminui a pressão sobre um recurso específico”, avaliou Paulo Varalda, chefe do Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do ICMBio.

Fonte: G1 Santarém

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