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Câmara de Altamira quer acesso a inquérito policial que investiga desvio de material público

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Em uma reunião extraordinária realizada na manhã desta terça-feira, 14, vereadores de Altamira discutiram a situação das péssimas condições de trabalho em que se encontram os profissionais de saúde do município, tendo seus salários diminuídos e sobre a falta de Equipamento de Proteção Individual – (EPIs), para os profissionais que estão na linha de frente ao combate do coronavírus no município. O presidente da Câmara, vereador Loredan Mello (PDT), lembrou que a prefeitura recebeu nos últimos dias cerca de R$ 8 milhões de reais referente aos royalties de Belo Monte e mais R$ 300 mil reais, enviados pelo Governo Federal, para o enfrentamento da pandemia no município. “Então essa casa está pressionando para querer respostas urgentes e a gente espera que isso seja resolvido o quanto antes, sob pena de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito e ir mais afundo nessas prestações de contas da Secretaria de Saúde”, disse o presidente.

Durante a sessão também foi discutido como a Câmara Municipal vai se posicionar diante da denúncia que envolve o vereador Roni Heck (MDB), que teve materiais de construção da Secretaria de Educação do Município de Altamira apreendidos no último sábado, 11, quando descarregava em sua residência, no distrito de Castelo de Sonhos.

Um requerimento de autoria do vereador Agnaldo Rosas (PSB), foi aprovado em que pede que o Delegado responsável pela apreensão do material encaminhe a Câmara Municipal, cópia do inquérito que investiga o crime de peculato.

O Vereador Aldo Boaventura (PT) que também reside em Castelo de Sonhos, participou da sessão por telefone, direto do distrito, e confirmou o desvio do material por parte de Roni Heck e pediu que a mesa diretora da Casa de Leis tomasse todas as providências contra o parlamentar envolvido no escândalo.

O vereador Roni Heck também ligou durante a sessão e se defendeu das acusações. Roni disse estar à disposição para qualquer esclarecimento e que está com a consciência limpa e tranquila. O parlamentar disse que vai prestar depoimento à polícia daquele distrito nesta quarta-feira e que a loja que teria vendido o material a ele, vai se pronunciar assumindo o erro.

Ao final da sessão, vereador Loredan Mello, leu uma nota sobre o posicionamento da presidência da Casa de Leis, em relação ao caso. “Venho manifestar o nosso descontentamento e apreensão com a possibilidade do envolvimento do Vereador neste episódio, que se confirmado vai macular a imagem desta Casa de Leis”, dizia parte da nota. “Assim sendo já determinamos a nossa assessoria jurídica acompanhar de perto o desfecho final, objetivando embasar a tomada de decisão e providências oficiais desta Câmara Municipal perante o fato. Por outro lado, aguardamos também a manifestação do vereador, que tem a obrigação de esclarecer todos estes fatos perante a Câmara Municipal e a sociedade altamirense”, encerrou a nota do presidente da Câmara.

Entenda o caso.

Uma denúncia anônima levou a Policia Civil de Castelo de Sonhos, sob o comando do delegado Francimar Luiz de Oliveira, a casa do vereador de Altamira Roni Heck (MDB), no último sábado à tarde. Ao chegar no local a polícia se deparou com grande quantidade de material de construção sendo descarregado na casa do parlamentar que está passando por uma reforma geral. Ao cobrar do motorista as notas fiscais referentes aos materiais, o delegado se deparou com nove notas fiscais emitidas em nome da Secretaria Municipal de Educação de Altamira. A autoridade policial então conduziu o motorista e a carreta apreendidos para o pátio da delegacia. No momento da apreensão do material, o vereador não foi localizado no distrito. 24 horas após a ação da polícia em sua casa, Roni Heck se manifestou nas redes sociais, dizendo que estava retornando para Castelo do Sonhos antes do programado para resolver o episódio.

Nesta segunda, novas notas fiscais apareceram nas redes sociais, somando a um valor de quase R$ 100 mil reais de compra de uma loja na sede de Altamira, que fica a mais 1.100km de onde o material estava sendo descarregado. As novas notas estão em nome de Roni Heck, na data do 11 de abril, às 18h23min, ou seja, essas notas foram emitidas 4 horas depois da ação da polícia na casa do vereador, o que já caracteriza crime tributário, uma vez que a mercadoria já estava sendo descarregada a mais de 1.100km de onde teria sido vendido o material ao parlamentar.

Fotos e texto: Wilson Soares – A Voz do Xingu

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