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Sedap capacitará cacauicultores para melhorar qualidade das amêndoas

A iniciativa, que prevê também o repasse de cochos e estufas, é uma das medidas adotadas pela Secretaria para combater a Monilíase, com financiamento do Funcacau

Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará
Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará
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A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) capacitará mil produtores de cacau do Pará em práticas de fermentação e secagem de amêndoas, a fim de promover métodos eficientes e sustentáveis, que aumentem a qualidade do produto final. A iniciativa é uma das medidas adotadas para combater a Moniliophthora roreri, mais conhecida como Monilíase do cacaueiro. O Projeto de Fomento e Capacitação para a Melhoria da Qualidade das Amêndoas de Cacau no Estado do Pará, voltado à Prevenção da Monilíase, será financiado com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau).

Nesta terça-feira (16/4), os conselheiros que integram o Fundo e gestores se reuniram na sede da Sedap, em Belém, para analisar o projeto. A reunião foi presidida pelo secretário-adjunto da Sedap, João Carlos Ramos. O projeto foi apresentado pelo coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau), engenheiro agrônomo Ivaldo Santana. A iniciativa foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros.

O objetivo geral do projeto, informou Ivaldo Santana, é elevar a qualidade das amêndoas de cacau produzidas no Pará, por meio do fomento de práticas agrícolas sustentáveis e da capacitação dos agricultores, visando melhorar a competitividade da indústria, aumentar a renda dos produtores locais e contribuir para o desenvolvimento econômico e sustentável da região.

Início em maio – Ele acrescentou que o projeto será executado em um ano, com início no próximo mês. A Secretaria, detalhou Ivaldo Santana, distribuirá uma média de 200 cochos de cacau por mês, que são estruturas feitas de madeira seca, onde ocorre a fermentação da amêndoa. O projeto estabelece, ainda, o repasse de estufas aos agricultores familiares, para a secagem.

“Esse projeto de fomento visa capacitar produtores para trabalharem a melhoria da qualidade da amêndoa. Nós vamos capacitar um total de mil produtores de cacau em fermentação e secagem de amêndoas. E ainda vamos fomentar esses produtores, distribuindo a eles mil cochos de fermentação e mais mil estufas de secagem, porque o produtor fazendo uma amêndoa de qualidade – que a gente chama amêndoa tipo 1 e tipo 2 – pode ser comercializada tranquilamente para qualquer local do Brasil e até do exterior”, informou o coordenador.

Além do repasse de cochos e estufas, o projeto aprovado prevê capacitações para os produtores e técnicos que acompanham os produtores (agentes públicos). De acordo com as informações do coordenador do Procacau, serão treinados 100 servidores municipais e estaduais. Durante o ano, serão oferecidos 40 treinamentos.

Antecipação – O Pará vem se preparando para enfrentar a Monilíase. Segundo o secretário-adjunto da Sedap, em 2021 o governo do Estado investiu na capacitação de técnicos da Sedap e suas vinculadas – Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), além da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) -, em treinamento realizado no Centro de Treinamento do Instituto de Cultivo Tropicales (ICT), na cidade de Tarapoto, no Peru.

João Ramos ressaltou que é necessário trabalhar o fomento à cacauicultura, mas sem esquecer a base de produção. “Não adianta nós fomentarmos ações efetivas de festivais, de reconhecimento de marca, de chocolate, melhores amêndoas – hoje nós temos a melhor amêndoa do mundo por classificação oficial -, se nós não protegermos a base, que é a garantia de que nossas amêndoas possam ser produzidas e exportadas para o mundo”, enfatizou.

Com a aprovação do projeto pelos conselheiros do Funcacau, garantiu o gestor, o Estado terá mais um instrumento para enfrentar a doença. “É a garantia de que esta praga, se chegar, a gente esteja preparada para absorvê-la e o dano ser o menor possível. A preocupação do Estado já vem há muito tempo, e em especial nesta nova etapa, onde a Monilíase tem se aproximado muito da gente. O Estado do Pará vem com toda a força, tem trabalhado instrumentos de prevenção na ação efetiva da garantia de que esta praga não impacte no nosso processo de produção”, informou o secretário-adjunto.

Atualmente, a produção anual de cacau no Pará atinge cerca de 149 mil toneladas, gerando um impacto financeiro de R$ 2,4 bilhões, com perspectivas promissoras de expansão da área de plantio nos próximos anos.

Agência Pará

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