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Sindicato cobra ‘transparência’ sobre vacinação contra Covid-19, após diretora de complexo da UFPA ser imunizada

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O sindicato que representa técnicos-administrativos das universidades federais do Pará divulgou uma nota nesta quarta (25) cobrando “transparência, clareza e detalhamento” do plano de vacinação contra Covid-19 dos trabalhadores dos hospitais universitários. A categoria pede ainda que sejam divulgados “os critérios de prioridade, relação de nomes, locais e horários de vacinação e cronograma”.

O posicionamento veio após a superintendente do complexo hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA), Regina Feio Barroso, ter sido vacinada em Belém. Ela recebeu a vacina do secretário municipal de Saúde , dr. Maurício Bezerra.

O caso de suposta vacinação irregular foi levado por servidores para a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup). A secretaria confirmou nesta quarta que recebeu, por meio do Disque Denúncia, uma informação de que pessoas que não são do grupo prioritário de imunização teriam recebido a vacina contra a Covid-19 no hospital universitário João de Barros Barreto e que o caso foi repassado para a autoridade policial para investigação.

Na última terça, o complexo informou que “a vacinação nesta primeira fase será apenas para profissionais que atendem diretamente pacientes com síndrome gripal, conforme plano de vacinação estadual do Pará”.

Mas, em nota, afirmou que a professora e doutora em odontologia Regina Barroso foi a segunda pessoa a ser vacinada no complexo, “por ter mais de 70 anos de idade, além de ser do grupo de risco com laudo de infectologistas e estar trabalhando, permanentemente, desde o início da pandemia, no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), estando em contato constante com todo o corpo técnico-assistencial”.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), o hospital Barros Barreto vacinou 497 servidores com dose da vacina Coronavac, do instituto Butantan, e por enquanto a vacinação está encerrada.

A secretaria também se posicionou sobre o assunto, afirmando “disponibiliza o quantitativo de doses de vacina solicitada (restrito a 20% do corpo técnico) aos grandes hospitais” e que a “responsabilidade pela definição dos profissionais de cada entidade que serão vacinados bem como a aplicação da vacina é de responsabilidade exclusiva da instituição solicitante”.

Profissionais do ‘front’ ficam sem vacina

Um servidor do complexo, que preferiu não ser identificado, disse que “está uma confusão quanto a esse esquema de vacinação”.

“Houve vacinação de algumas pessoas do complexo hospitalar Ebserh, que inclui o hospital Barros Barreto e o Hospital Bettina, porém os médicos residentes que lidam primeiramente com o paciente, foram excluídos”, contou.

Ainda segundo o servidor, “há promessa de inclusão dos residentes no esquema de vacinação, porém nada de forma oficial e sem datas para isso”.

“Sabe-se que não é possível vacinar todos os profissionais da saúde, porém é questionável a forma como foram selecionados os que receberam a vacina. Muitos profissionais não lidam diretamente com o paciente e receberam, enquanto outros que fazem o primeiro atendimento, como os residentes (alguns até mesmo grupo de risco) foram excluídos”.

Sindicato se posiciona

O Sindtifes Pará disse na nota que “manifesta preocupação e indignação com as denúncias feitas (…)” e que trabalhadores que atuam na linha de frente da assistência de pacientes em tratamento com síndrome gripal não foram vacinados na primeira leva de 500 doses da Coronavac que chegaram para o complexo hospitalar, ao passo em que a superintendente do Complexo Hospitalar, que não atua na assistência direta aos pacientes, teve foto divulgada sendo imunizada pelo próprio secretário de saúde do município”.

Ainda segundo a nota, “outros trabalhadores em situação semelhante, isto é, que atuam na parte administrativa e que são do grupo de risco (acima de 60 anos), também não foram vacinados em função da hierarquia de prioridades definida”.

A nota cita, também, que “ofensas e desrespeito com que foram tratados trabalhadores do Hospital Bettina Ferro de Souza por parte de gestores do Complexo Hospitalar durante a vacinação, momento em que servidores alegaram terem sido xingados, ofendidos e desrespeitados nos corredores e filas de vacinação no hospital Barros Barreto durante os dias de imunização”.

Em nota, a gestão do Complexo Hospitalar da UFPA informou que, sobre o plano de vacinação nos hospitais universitários, esclarece que o documento foi construído pela Governança do Complexo, que inclui a gerencia de atenção à saúde do Hospital Bettina Ferro de Souza, e que estabeleceu os critérios para a vacinação nos hospitais. O Complexo ressalta que o Sindtifes é membro do Conselho Consultivo da Governança do Complexo Hospitalar Universitário, participando ativamente nas decisões da Governança, e por isso a gestão está aberta a ouvir a entidade e trabalhar em conjunto em favor dos servidores e servidoras que atuam nos hospitais.

Fonte: G1 Pará

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