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Surto da ‘doença da urina preta’ leva a mais de 40 internações no Amazonas

Faxineira ganhou pirarucu e fez um cozido

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
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A médica Rosemary Costa Pinto, da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), afirma que já são 44 casos no Estado de uma síndrome associada à doença de Haff, conhecida como “doença da urina preta”. As informações foram divulgadas pelo Globo.

Entre os casos, Rosemary Costa afirma que 34 foram em Itacoatiara, com uma morte, quatro em Silves, dois em Manaus, dois em Parintins, um em Caapiranga e um em Autazes.

Entre os casos está o envolvendo a família da faxineira Dayana Vasconcelos Lima, de 36 anos. Um cozido de pirarucu é apontado como desencadeador da doença que levou ao hospital dois filhos dela, um de 10 e o outro 12 anos. Eles foram diagnosticados com rabdomiólise, uma síndrome associada à doença de Haff, conhecida como “doença da urina preta”.

A doença está associada à ingestão de peixes e crustáceos. Os filhos de Dayana estão há mais de uma semana sob cuidados da equipe médica do Hospital Regional José Mendes, situado em Itacoatiara, a 176 quilômetros de Manaus.

“Eu ganhei o pirarucu de presente e fiz o jantar para eles, em casa. A gente comeu o peixe e na mesma noite o Miguel começou a ficar mal, mas eu não imaginava que seria isso (rabdomiólise). Ele melhorava e piorava durante a noite. No sábado ele falou que não aguentava mais de fraqueza e então levei para o hospital”, disse Dayana.

Sintomas

Ente os sintomas de Miguel, dor de estômago e de cabeça, diarreia, fraqueza muscular nas pernas e braços. A urina do adolescente ficou escura, mas não chegou a ficar preta. Os irmãos de 10 e de 14 anos também apresentaram sintomas semelhantes e foram encaminhados ao hospital. A menina de 14 anos teve alta no mesmo dia.

“A melhora é bem lenta. Os médicos disseram que a infecção diminuiu, mas eles ainda estão com infecção urinária. Mas sem previsão de alta, provavelmente daqui uns três ou quatro dias”, afirmou a faxineira.

Do total de contaminados, 18 permaneciam internados neste domingo, segundo a FVS-RCP.

Dayana lembra que o pirarucu consumido pela família estava fresco e tinha boa procedência. Em outros relatos, diferentes peixes foram listados como causadores da doença: tambaqui, pacu e pirapitinga.

Espécies de peixes que podem causar a doença

Os estudos científicos publicados até o momento sobre a doença no Brasil relatam que os casos aconteceram após a ingestão de seis tipos de pescado. Conheça as espécies:Também chamado de pacu vermelho, é um peixe de água doce e de escamas com corpo romboidal, nadadeira adiposa curta com raios na extremidade

Tambaqui: Também chamado de pacu vermelho, é um peixe de água doce e de escamas com corpo romboidal, nadadeira adiposa curta com raios na extremidade (Divulgação)

Tais peixes chegam a medir até 2 m de comprimento. Também são conhecidos pelos nomes populares de arabaiana, olhete, pitangola, tapiranga, tapirçá e urubaiana, e são muito visados pela pesca esportiva

Peixe Olho de boi: Tal peixe chega a medir até 2 m de comprimento. Também são conhecidos pelos nomes populares de arabaiana, olhete, pitangola, tapiranga, tapirçá e urubaiana, e são muito visados pela pesca esportiva (Divulgação)

O Peixe Badejo é um animal que habita somente a água salgada, além de ser muito ativo

Peixe Badejo é um animal que habita somente a água salgada, além de ser muito ativo (Divulgação)

A Pirapitinga pertence à família Characidae, nativa da Bacia Amazônica e também presente nas águas do Araguaia-Tocantins

Pirapitinga pertence à família Characidae, nativa da Bacia Amazônica e também presente nas águas do Araguaia-Tocantins (Divulgação)

O Pacu-manteiga é conhecido popularmente por inúmeros nomes comuns como Pacu Branco, Pacu Chico, Pacu Comum, Pacu mafurá, Pacu manteiga, Pacu mirim, Pacu peva e Pacu prata

Pacu-manteiga é conhecido popularmente por inúmeros nomes comuns como Pacu Branco, Pacu Chico, Pacu Comum, Pacu mafurá, Pacu manteiga, Pacu mirim, Pacu peva e Pacu prata (Divulgação)

A Arabaiana é encontrada junto a ilhas oceânicas e muito raramente nas proximidades da costa. Pode formar cardumes, mas em geral os indivíduos são solitários.

Arabaiana é encontrada junto a ilhas oceânicas e muito raramente nas proximidades da costa. Pode formar cardumes, mas em geral os indivíduos são solitários. (Divulgação)

Nem todo peixe das espécies citadas é responsável pela infecção, que é considerada rara.

CAUSAS

A doença é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes e crustáceos. A substância gera danos no sistema muscular e em órgãos como rins. O peixe contaminado, mesmo cozido, pode desencadear a síndrome, e não apresenta gosto diferente do habitual. 

SINTOMAS

O principal sinal é o escurecimento da urina, que pode chegar a ficar da cor de café. Outros sintomas da condição são dor e rigidez muscular, dormência, perda de força e falta de ar. A doença deve ser tratada rapidamente, pois pode levar à insuficiência renal, falência múltipla de órgãos e até ao óbito.

Fonte: O Liberal com informações D24am Brasil

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