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Prefeitos e diretores de órgãos de saúde discutem ações emergenciais contra o coronavírus na região do Xingu

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Preocupado com a falta de estrutura hospitalar para atender possíveis casos do coronavírus na região do Xingu, o presidente da Associação do Consórcio dos Municípios Belo Monte (ACBM), Berg Campos, convocou uma reunião extraordinária com os demais prefeitos da região e os responsáveis pela saúde pública do Estado.

A reunião aconteceu na manhã desta terça-feira, 31, no auditório da ACBM com a participação dos prefeitos: de Anapu, Aelton Fonseca; de Brasil Novo, Alexandre Lunelli; de Placas, Raquel Possimosser; Vitória do Xingu, José Caetano; de Senador José Porfírio, Dirceu Biancardi; de Pacajá, Francisco Oliveira, do procurador do município de Gurupá, Edson Pacheta, que na oportunidade representava o prefeito João da Cruz, além do presidente da ACBM e prefeito de Porto de Moz, Berg Campos. Também participaram da reunião o diretor do 10º Centro Regional de Saúde – Sespa-Altamira, Maurício Nascimento e o diretor do Hospital Regional da Transamazônica, Edson Primo, o médico infectologista do regional, Mário e de uma equipe de técnicos da Sespa.

Profissionais da Sespa apresentaram algumas ações que a Secretaria de Estado de Saúde já realizou e outras que já foram solicitadas como: a aquisição de equipamentos para UTI do Hospital Regional, disponibilização de testes rápidos e a implantação do Comitê Regional contra o coronavírus: “Já tem um plano de contingência montado desde janeiro e hoje, com apoio dos municípios e do Hospital  Regional,  estamos colocando esse plano em ação para que assim que surgir o primeiro caso aqui estejamos preparados”, pontuou Maurício Nascimento, diretor da 10ª Regional da Sespa.

O prefeito Berg Campos sugeriu que medidas emergenciais sejam tomadas para conter uma futura pandemia de coronavírus na região do Xingu. Entre elas, que o prédio do antigo Hospital Municipal de Altamira, que se encontra fechado, passe por reforma urgente para que possa servir como um hospital de campanha para receber pacientes de toda região, caso seja necessário. “Convocamos essa reunião para que a gente possa construir um plano. Não podemos ficar de braços cruzados diante de uma ameaça que é o coronavírus. Então, o objetivo dessa reunião é ouvir as autoridades de saúde e juntos construir um plano de ação”, disse o presidente da ACBM e prefeito de Porto de Moz.

Para o vice-presidente da ACBM e prefeito de Brasil Novo, Alexandre Lunelli, uma das soluções imediatas seria utilizar os recursos do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu – (PDRSXingu) e os recursos do Plano Sustentável do Xingu para estruturar esses novos hospitais de campanha. “A nossa região tem essa deficiência. O Hospital Regional que hoje não consegue nem atender as demandas já existentes. Imagine a nossa dificuldade se a pandemia chegar por aqui. A ideia é sensibilizar os governos federal e estadual para que liberem o dinheiro que é da região. O PDRSXingu tem R$ 329 milhões à disposição, no Ministério da Integração Nacional. Temos que garantir que esse dinheiro chegue aqui. Há mais R$ 48 milhões do fundo sustentável que também é dinheiro dessa região e que está na mão do governo do Estado do Pará”, disse Alexandre Lunelli.

Durante a reunião, a direção do Hospital Regional Público da Transamazônica fez uma explanação sobre a atual estrutura. De acordo com a direção, atualmente existem 29 ventiladores pulmonares, desses 23 estão sendo utilizados, tendo apenas seis disponíveis para uso. Hoje a unidade hospitalar só teria capacidade para receber 16 pacientes em estado grave.

Também foram apresentadas as propostas emergências:

– Ampliação de 18 leitos de retaguarda no Hospital Municipal de Altamira e a contratação de 30 leitos hospitalares no Hospital Santo Agostinho, que é particular. Em caso de uma emergência seria feita a transferência de pacientes menos graves do Regional para esses dois hospitais, abrindo assim novas vagas, uma vez que o Regional é o único capacitado para atender aos pacientes da COVID-19.

– Acionamento da Defesa Civil, Bombeiros e Exército caso a necessidade de instalação de mais leitos.

– Capacitação com profissionais de cada município.

Além de outras estratégias municipais como:

  • Orientação educativa contínua – principalmente aos comerciantes;
  • Criar call center para atendimento à população;
  • Criar equipe volante para atendimento domiciliar;
  • Orientar corretamente sobre o isolamento domiciliar;
  • Criar portas de entrada específicas para os atendimentos em âmbito hospitalar;
  • Criar leitos de isolamento hospitalar;
  • Orientar a utilização correta do EPI´s
  • Manutenção das atividades de saúde no município;

Segundo dados da Sespa que é responsável pelos nove municípios da região da Transamazônica e Xingu, existem hoje 11 casos suspeitos aguardando resultados e outros 189 casos sendo monitorados, porém até o momento nenhum foi confirmado na região.

Por: Wilson Soares – A Voz do Xingu

Fotos: Wilson Soares

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