O mês de julho continuará com a bandeira verde nas contas de luz, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ou seja, sem cobrança adicional por mais um mês. A expectativa é de que a bandeira continue vigente ao longo deste ano, dada à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.
Como funcionam as bandeiras tarifárias?
Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo da geração de energia. No final de todo mês, a agência decide a cor da bandeira para o mês seguinte. Quando o custo da produção de energia aumenta, por exemplo, por conta do acionamento de usinas térmicas, que são mais poluentes e mais caras, a Aneel pode acionar as bandeiras amarela, vermelha patamar 1 ou 2 — que representam custo extra ao consumidor.
No caso da bandeira amarela, que é a primeira depois da verde, há uma cobrança adicional de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos, após reajuste de 59,5% pela Agência aprovado nesta semana, que passará a valer em 1º de julho, até meados de 2023. As bandeiras vermelhas também ficaram mais caras. No patamar 1, a cada 100 kWh consumidos são cobrados mais R$ 6,500 do consumidor. Já no patamar 2, R$ 9,795 a mais. Respectivamente, as altas foram de 63,7% e de 3,2%.
Apesar dos reajustes, a Aneel diz que não haverá “impacto imediato” para o consumidor porque a bandeira verde está acionada desde 16 de abril — quando deixou de valer a bandeira de escassez hídrica, a mais cara do sistema, que adicionava R$ 14,20 à conta de luz por 100 quilowatt-hora (KWh) consumidos no mês. Ela foi criada em setembro do ano passado para compensar os custos adicionais da produção de energia durante a crise hídrica.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis por 70% da capacidade de produção de energia no país, estava em 65,96% nesta quinta-feira (23). No mês em que a bandeira de escassez hídrica entrou em vigor, em setembro de 2021, o armazenamento chegou a alcançar 16,75%, menor nível desde novembro de 2014. Desde março deste ano, o nível está estável, na casa dos 60%.
Confira os percentuais de reajustes estabelecidos pela Aneel:
– Bandeira verde: continua sem cobrança adicional
– Bandeira amarela: de R$ 1,874 para R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos (59,5%)
– Bandeira vermelha I: de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos (63,7%)
– Bandeira vermelha II: de R$ 9,492 para R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos (3,2%)
Com informações do G1.