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Candidata paraense que sofreu racismo vence concurso nacional de miss junina

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Única paraense em uma disputa de miss junina com mulheres de todo o Brasil, Eduarda Moraes, de 20 anos, foi a grande vencedora do concurso de Rainha Nacional do São João pelo Portal Ispia. A bela concorreu com um vídeo de forró sanfonado, que em alguns momentos explorou as belezas de uma selva amazônica e contou com uma apresentação gravada em frente de um dos famosos cartões postais da cidade: o Theatro da Paz.

A vitória se torna ainda mais doce após a amargura de ser vítima de um comentário racista, por conta da competição. No início de junho, a jovem foi alvo de xingamentos preconceituosos após publicar uma vídeo da apresentação no Youtube. A autoria do comentário é um perfil identificado apenas como Guilherme Silva. “Vai perder sua macaca suja! Ceará tem as melhores rainhas e não precisa se jogar no chão. Pará precisa aprender muito ainda”, dizia o internauta.

Os organizadores do concurso registraram um Boletim de Ocorrência depois do crime, mas até o momento ninguém foi responsabilizado.

Após o caso, a jovem compartilhou a situação com os seguidores e disse que não iria desistir. “Jamais deixarei de fazer o que mais me energiza, sou feita de pele preta, sou feita de várias vertentes do meu povo. Jamais aceitarei esses crimes! Isso é inaceitável. Não me calarei e jamais deixarei de dançar para a tristeza dos racistas”, escreveu, na época.

Ela conta que, no início, ficou “muito triste e indignada”, mas que decidiu enfrentar o ataque de frente. “Depois analisei a situação e vi como uma motivação para dar força e voz para as mulheres pretas e de periferia”, declarou. Segundo a jovem, que dança quadrilha desde os três anos de idade, esta não foi a primeira vez em que se viu de frente com o racismo. “(Sofri racismo) desde a minha infância!”, pontuou. (Sofri preconceito) Não só racial mas o cultural e social!”, acrescentou.

A determinação e firmeza da paraense diante de uma situação triste resultou em manifestações de apoio na web. Segundo a jovem, que é estudante do curso de nutrição, a ideia é usar sua visibilidade para conscientizar cada vez mais pessoas por meio das redes sociais.

Para Eduarda, ser consagrada como a vencedora é motivo de honra. “Hoje estou com a sensação de dever cumprido! Posso dizer que a corona é nossa! É de toda miss de quadrilha junina, de todo amante da cultura, de toda negra de periferia e de todo paraense”, concluiu.

A coreografia foi criada por  Paulo Kaputiny e Thayla Savick. A produção foi assinada por Fernando Braga. Gabriel Sales foi responsável pelo projeto e trilha sonora. A produção do clipe foi de Rafael Portal. Já Jhonatan Alves foi responsável pela maquiagem artística.

Fonte: O Liberal

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