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Expectatio gentium

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Há alguns anos, as pequenas vilas que faziam parte de um reino distante, mas não tão distante, já estavam sem esperanças.
Um grande dragão que parecia a todos dominar no passado, tinha despertado depois de décadas e, mesmo com a avançada idade, não aceitava dialogar com ninguém. Era o ser supremo.
O dragão, aquele que não poderia ter o nome dito, já possuía sua leal equipe de cavaleiros, que o protegiam durante seu sono. Cada um o obedecia cegamente, independente da ordem que fosse.
Após longas batalhas entre vários dos vilarejos e a criatura alada, parecia que desta vez um dos vilarejos teria uma bela visão para a posteridade, podendo entrar em harmonia com aquela criatura. A justiça seria feita.
Depois de várias reuniões entre esses cavaleiros e parte dos membros desse vilarejo, tudo daria certo e os dragontinos levariam as demandas do povo ao conhecimento do dragão.
À noite, um pequeno grupo se reuniu às margens do rio que circundava o reino. No dia seguinte, nos primeiros raios do sol, chegaria a hora de buscar dias melhores.
_ Finalmente nossos apelos serão atendidos – pensou Oairn, um bom orador e que já lutara em outras regiões.
_ Será que o dragão nos deixará em paz? – indagava uma mulher que o acompanhava, ao lado de outras pessoas.
Alguns comentários negativos entre tantos outros mais encorajadores e o grupo escolhido pelos anciões do vilarejo foi dormir.
Ledo engano de que tudo terminaria bem.
“Precisamos dar um jeito nisso. Precisamos fazer com que eles saibam que conosco não podem nada”. O pensamento não saía da mente de Aniiueq, um bufão que sempre se metia em confusão e era motivo de chacota naquele reino. “Desta vez não tem como eu errar”, concluiu.
De longe, esgueirando-se atrás de algumas árvores, o inoportuno Aniiueq acreditava que, agora, a realidade seria diferente e, quem sabe, depois de tantas humilhações sofridas por sempre defender o dragão, a desonra finalmente seria trocada pelo reconhecimento daquele seleto mundo que ele sonhara entrar um dia: a dos cavaleiros dragontinos.
Logo quando amanheceu, o pequeno grupo desfez o acampamento e seguiu rumo ao portão principal. Haviam sido atraídos com a promessa de que muitos sonhos antigos poderiam se concretizar, trazendo tranquilidade a todos.
Aniiueq os esperava logo após a primeira guarita da entrada principal.
_ Que bons ventos os trazem aqui? – perguntou num tom irônico. Ele já havia planejado como enganar aquelas pessoas e, finalmente, pararia de ser zombado, inclusive, pelo dragão.
_ Viemos saber se podemos contar com a sensatez do dragão de parar de nos afugentar e amedrontar, mas para isso, precisamos que os cavaleiros atendam nossos pedidos – explicou Oairn.
_ Que pedidos? Os cavaleiros já informaram ao dragão que não receberam nada e nem sabiam o que vocês poderiam querer. Sendo assim, o dragão viajou e não tem data para voltar. Porém, como bom amigo da vila de vocês, me digam o que posso fazer e procurarei um jeito de repassar vossos anseios. Pode ser?
(continua…)

Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

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