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Pandemia desafia escolas no País

Atividades presenciais foram suspensas em 99% e 98% adotaram estratégias substitutas de ensino

Foto: Divulgação
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O impacto da pandemia da covid-19 sobre as escolas no Brasil foi impressionante, como é demonstrado na pesquisa “Resposta educacional à pandemia de COVID-19 no Brasil”, efetuada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada nesta segunda-feira (12). O levantamento indica que 99,3% das escolas suspenderam as atividades presenciais e 98% dos estabelecimentos, entre públicas e privadas, adotaram estratégias não presenciais de ensino no período. O Pará se insere nesse cenário, com aulas presenciais suspensas em 2020.  As aulas presenciais no Estado deverão ser retomadas em agosto e setembro.

A partir da pesquisa do Inep, a Seduc informa que “desde o início da pandemia criou o movimento “Todos Em Casa Pela Educação”, como ferramenta para manter a rotina pedagógica dos alunos, de maneira não presencial, em decorrência da suspensão das aulas presenciais na rede pública estadual”. A Secretaria informa que adotou o Currículo Continuum para cumprimento dos conteúdos mínimos de aprendizagem, tanto dos anos/séries de 2020, como de 2021.

Já Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Pará (Sinepe-Pará) informa que as escolas tiveram aulas não presenciais também com material impresso e escrito. Todas as escolas trabalham remotamente desde o ano passado, o ensino não parou e hoje 100% dos estabelecimentos trabalharam remotamente, mas não necessariamente por aulas virtuais, como repassa o Sinepe.

O setor privado está funcionando presencialmente durante todo o primeiro semestre de 2021, em regime híbrido (a aula que o professor dá na escola para quem optou pelo sistema presencial é a mesma que o aluno que optou pelo ensino à distância assiste em casa). A maioria do estabelecimentos está funcionando de forma híbrida. “Quanto ao ano letivo, ele segue sem nenhuma alteração em relação a dias letivos ou conteúdo. Todas as escolas iniciaram o calendário entre os meses de janeiro e fevereiro, neste momento estão em recesso de férias e retornam às atividades em agosto”, destaca a presidente do Sinepe, Beatriz Padovani.

Pesquisa

O levantamento do Inep foi aplicado entre fevereiro e maio de 2021, por meio de questionário suplementar, na segunda etapa do Censo Escolar 2020. Ao todo, 94% (168.739) das escolas responderam ao questionário — o percentual corresponde a 97,2% (134.606) e 83,2% (34.133) das redes pública e privada, respectivamente.

Parte das escolas também ajustou a data do término do ano letivo de 2020, considerando as questões pedagógicas decorrentes da suspensão das atividades presenciais. As escolas públicas sentiram uma necessidade maior de fazer a adequação, e pouco mais de 53% delas mantiveram o calendário. Cerca de 70% das escolas privadas seguiram o cronograma previsto, como repassa o Inep.

Sem retorno

O percentual de escolas brasileiras que não retornaram às atividades presenciais no ano letivo de 2020 foi de 90,1%, sendo que, na rede federal, esse percentual foi de 98,4%, seguido pelas escolas municipais (97,5%), estaduais (85,9%) e privadas (70,9%). “Diante desse contexto, mais de 98% das escolas do País adotaram estratégias não presenciais de ensino”, como divulgado pelo Instituto.

Docentes

Professores de escolas no Brasil adotaram reuniões virtuais para planejamento, coordenação e monitoramento das atividades. Na rede estadual, 79,9% das escolas treinaram os professores para usarem métodos ou materiais dos programas de ensino não presencial. Na rede municipal, 53,7% fizeram o treinamento. Ao todo, 43,4% das escolas estaduais disponibilizaram equipamentos, como computador, notebooks, tablets e smartphones, aos docentes. No caso das municipais, esse percentual é de 19,7%. Quanto ao acesso gratuito ou subsidiado à internet em domicílio, 15,9% da rede estadual adotaram medidas nesse sentido; na rede municipal, o número registrado foi de 2,2%.

Estudantes

Para contato e apoio tecnológico aos estudantes, predominou a comunicação direta entre aluno e professor (e-mail, telefone, redes sociais e aplicativo de mensagem). Em seguida, está o uso desses canais de comunicação com a escola. Depois, vêm a disponibilização de equipamentos, como computador, notebooks, tablets e smartphones aos estudantes; e o acesso gratuito ou subsidiado à internet em domicílio.

O uso de material impresso para retirada na escola foi uma das estratégias de mais adotadas, seguido de materiais de ensino-aprendizagem na internet. Escolas estaduais (72,8%) e municipais (31,9%) implantaram aulas ao vivo (síncronas).  

Ano letivo

“Ao todo, 28,1% das escolas públicas planejaram a complementação curricular com a ampliação da jornada escolar no ano letivo de 2021. Na rede privada, 19,5% das escolas optaram por essa alternativa. Esse cenário tem influência da pandemia e alinha-se às recomendações do Conselho Nacional de Educação (CNE). A entidade propôs a adoção do “contínuo curricular”, que implica a criação de uma espécie de ciclo para conciliar anos escolares subsequentes com a devida adequação do currículo. Dessa forma, as escolas teriam dois anos para cumprir os objetivos de aprendizagem, como explica o Inep.

Outro dado é que 21,9% das escolas privadas retornaram às aulas com a realização concomitante de atividades presenciais e não presenciais, o chamado ensino híbrido, estratégia também foi recomendada pelo CNE. Na rede pública, 4% das escolas adotaram essa medida.

Fonte: O Liberal

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