Menu

Pará registra quase 300 casos de câncer de pele em mais de 6 meses

Especialistas destacam que os cuidados com o sol devem ser redobrados em julho, quando muitos veranistas ficam expostos aos raios solares nos balneários do Pará

A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que em 2023 haja 2.440 casos de câncer de pele não melanoma e 50 melanoma no país (Agência Brasil)
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que em 2023 haja 2.440 casos de câncer de pele não melanoma e 50 melanoma no país (Agência Brasil)
Continua após a publicidade

São esperados 2.440 casos de câncer de pele no Pará ao final de 2023. A estimativa, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), tem como base a população total do Estado. Em números concretos, em quase 7 meses, de janeiro até 15 de julho deste ano, o Pará registrou 259 casos de câncer de pele tratados na rede pública estadual. Em 2022, foram 623 casos registrados. O balanço é da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa). Dentre as medidas de prevenção, especialistas reforçam que é fundamental tomar cuidado com a exposição ao sol, com atenção redobrada neste período de férias de julho, quando os balneários paraenses lotam com veranistas que passam horas e horas embaixo dos raios solares.

De acordo com o oncologista Luis Eduardo Werneck, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, a cada 100 pacientes com câncer de pele do tipo melanoma – considerado o mais agressivo -, 15 pessoas são curadas e 85 acabam morrendo.

“Existem três tipos de câncer de pele. Carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e o melanoma. Eles se manifestam de maneiras diferentes e com graus de periculosidade distintos. A questão toda é que o câncer na pele normalmente não apresenta sintomas. O que ocorre é a pessoa perceber uma ferida, mancha ou pinta que não coça e não arde. Ela também muda de cor, aparece clarinha no início e depois vai escurecendo. Muitas vezes tem bordas irregulares. Caso ela não cicatrize por mais de 15 dias, é preciso procurar um dermatologista”, declara.

Segundo o médico, só o câncer de pele é maior do que todos os outros cânceres juntos no Brasil. Por isso, sempre é bom tomar cuidados com relação à exposição ao sol, principalmente no período do verão e a saída para as férias.

“Quem puder evitar a exposição ao sol, é melhor. Mas como na nossa região a incidência de raios e de calor é grande, um dos maiores cuidados é a proteção. Usar roupas com tecidos tecnológicos de proteção contra raios uv, usar boné para proteger o rosto e usar muito protetor solar. O uso do protetor não só para câncer, mas também para evitar o envelhecimento da pele, que nós não damos atenção adequada”, ressalta.

O especialista destaca que pessoas que não procuram o diagnóstico de câncer de pele ou que não fazem o tratamento podem sofrer sérias consequências e até morrer. “Óbito é um dos riscos mais graves de um tratamento tardio ou de nenhum tipo de tratamento. Muitas pessoas não se atentam a isso. Ainda tem a questão da qualidade de vida para aqueles que não se cuidam. Sem falar que pode ocorrer a perda da função do membro afetado pelo câncer”, destaca.

Tratamento

Segundo a Sespa, no contexto do Pará, o câncer de pele mais comum é o não-melanoma, seguido do carcinoma in situ. O tratamento é iniciado na Atenção Básica de Saúde, que é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). De lá, o usuário é encaminhado para consulta com especialista para confirmação do diagnóstico e tratamento.

A engenheira agrônoma Ana Karla de Andrade Costa, de 46 anos, faz tratamento contra o câncer de pele há cerca de três anos e meio. Ela conta que o pai acabou morrendo devido a doença e, por hereditariedade, todos os filhos tinham a chance de também desenvolver o tumor. Devido a isso, a engenheira sempre se atentou aos sinais no corpo, até que em um dia, durante o banho, notou algo diferente na pele.

“Eu tinha saído do banho e notei que um sinal que tinha nas costas havia começado a arder e sangrar levemente depois que passei a toalha. Como venho de uma família em que meu pai faleceu da doença, eu sempre fui ao dermatologista para prevenir. O médico retirava os sinais que tinham mais características da doença. Voltei ao dermatologista e, depois da biópsia, veio o resultado de melanoma”, diz.

Uma das situações que mais assustam Ana Karla é ver muitas pessoas sem preocupação com a seriedade do câncer de pele. “Infelizmente não acreditam. Acham que o câncer de pele é só retirar que tá curada, mas não é assim. Só quem vive essa situação sabe a real importância do diagnóstico precoce. Todos acham que os cânceres mais agressivos são os outros: de mama, intestino, etc. Eu alerto os amigos e as pessoas mais próximas, tento falar como foi o meu caso”, assegura.

De acordo com Ana Karla, a previsão é que o tratamento feito por ela para tratar o melanoma termine em cinco anos. No entanto, muitos cuidados terão que ser tomados até lá. “Eu estou em remissão, mas sempre vou ter que manter os cuidados, mesmo depois do fim do tratamento. Não vou à praia ou à piscina no verão. Procuro outras maneiras de me divertir. Costumo sair bem mais durante a noite também. Uso chapéu, muito protetor e roupas térmicas também”, explica.

Quais os tipos de câncer de pele?

Carcinoma basocelular: O tipo mais comum do câncer de pele. Costuma surgir nas partes do corpo mais expostas ao sol como: rosto, orelha, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. No geral, se manifesta como uma mancha ou pápula avermelhada que sangra com facilidade e que não cicatriza, formando um machucado.

Carcinoma espinocelular: Segundo tipo mais comum de tumor na pele. Também ocorre com frequência nas áreas mais expostas ao sol e costuma acometer mais homens do que mulheres. Os principais sinais são lesões semelhantes às verrugas e que podem eventualmente sangrar. Também podem ter uma crosta por fora e formar pequenas feridas que não cicatrizam.

Melanoma: tem alto risco de provocar metástase (quando o câncer se espalha para outros tecidos no corpo). Neste caso, é preciso observar as pintas do corpo: qualquer sinal castanho ou preto que muda de cor, formato ou de tamanho, que provoque coceira e/ou esteja sangrando deve ser avaliado por um dermatologista. Esse tipo geralmente é hereditário, mas também pode ser desenvolvido devido a exposição a produtos químicos e radioativos.

Como prevenir o câncer de pele?

Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;

Usar sempre proteção adequada, como bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros, barraca e filtro solar com fator mínimo de proteção 30 – é necessário reaplicá-lo a cada duas horas, durante a exposição solar.;

Para quem trabalha ao ar livre:

Usar chapéus de abas largas, camisas de manga longa e calça comprida, óculos escuros, procurar lugares com sombra; sempre que possível evite trabalhar nas horas mais quentes do dia.

Como é o tratamento?

O tratamento inicial de câncer de pele consiste na retirada cirúrgica da lesão e do tecido ao redor. Quimioterapia ou radioterapia são recursos terapêuticos utilizados nos casos mais graves. O tipo de tumor é menos importante do que seu tamanho no momento do diagnóstico para determinar o tratamento e o prognóstico.

Fonte: O Liberal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo protegido.