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Secretaria de Saúde do Pará investiga sete casos suspeitos de ‘doença da urina preta’

Nenhum caso foi confirmado e um paciente com suspeita da doença morreu. Pescadores protestaram no mercado Ver-o-peso em Belém por causa da queda nas vendas de peixes.

Foto: Divulgação
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Há sete casos suspeitos da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, sendo investigadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). São dois casos em Belém, um em Trairão e quatro e Santarém, informou a Sespa nesta sexta-feira (17).

Na semana passada, eram três casos em investigação, sendo um em Belém. Agora, a capital tem dois casos suspeitos. Dos sete pacientes com suspeita da doença, um morreu em Santarém.

Até o momento, nenhum dos casos foi confirmado e o prazo para conclusão das análises não foi informado pela Sespa. “Os exames sanguíneos e de urina dos casos suspeitos foram encaminhados, por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), para laboratório de referência”, diz em nota.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão). Quando o peixe não foi guardado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor que contamina quem consome o pescado.

Há prefeituras, como a de Vitória do Xingu, sudoeste do Pará, que suspenderam o consumo de peixes do rio Amazonas. Há outras cidades que também reforçaram a fiscalização sanitária e emitiram alertas para os cuidados com o consumo.

Vendedores de peixe sentem impacto

Com o medo da doença, a compra de pescados diminuiu e peixeiros e pescadores sentem os impactos. Na manhã desta sexta-feira (17), alguns dos profissionais da área fizeram um protesto no mercado Ver-o-Peso, pedindo que haja providências por parte das autoridades competentes.

Eles dizem que há informações falsas circulando sobre a doença que impactam diretamente nas vendas. Uma reunião deve ser realizada ainda nesta sexta com a prefeitura.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém reforçou em nota que “não foi detectado nenhum indicativo que sugira a necessidade de restrição ao consumo de pescados“.

A orientação da Secretaria estadual é para os municípios fiquem mais atentos “à inspeção sanitária dos locais de venda e sobre a importância do acondicionamento correto do pescado”.

Segundo a pesquisadora Rosália Furtado Souza, coordenadora do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), os casos se concentram na região do baixo Amazonas, que encontra-se no período de estiagem, quando há redução do volume na renovação da água nos ambientes naturais permitindo a proliferação de algas, o que pode ter propiciado a aparição da toxina.

O que é Síndrome de Haff?

A síndrome está associada ao consumo de peixes como arabaiana, conhecido como olho de boi, badejo, tambaqui ou crustáceos (veja vídeo acima publicado após casos em Pernambuco). A doença é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose dos músculos.

Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro, como dores e rigidez no corpo, dificuldade de respirar e a urina escura. Os sinais podem aparecer entre 2h e 24h após o consumo. “A hidratação é fundamental nas horas seguintes ao aparecimento desses sintomas”, detalha a Sespa.

Fonte: G1 Pará

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