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Pará teria 606 pessoas que tomaram terceira dose de vacina

Informações estão registradas no sistema do Programa Nacional de Imunizações. Em todo Brasil, seriam pelo menos 30 mil nesta situação

Foto: Divulgação
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OBrasil pode ter pelo menos 30 mil pessoas registradas no sistema de informações do PNI (Programa Nacional de Imunizações) com três ou até mais doses de vacina contra o coronavírus. No Pará, já foram identificadas 606 pessoas que podem ter tomado uma terceira dose do imunizante. Os dados foram coletados até 24/6/21.

Obter esses dados só foi possível graças à informação levantada por um pool de universidades coordenadas pelo Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). As informações fazem parte do projeto Modcovid-19 e contam com parceria com o Centro de Matemática Aplicada à Indústria da USP (Universidade de São Paulo).

De acordo com os organizadores da pesquisa, os dados são extraídos do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, do DataSUS. O sistema oficial é preenchido pelas secretarias municipais de saúde. Ainda de acordo com os pesquisadores, não se sabe se os casos são reais, se são erros de preenchimento ou mesmo falha no sistema. As secretarias municipais de Saúde são responsáveis pela vacinação da população e pelo cadastro e preenchimento das pessoas imunizadas imediatamente após a aplicação da vacina. Esse cadastro inclui o nome do paciente, o local da vacinação, idade, sexo, data da primeira aplicação, data de retorno e/ou data da segunda dose, além do tipo e dados da vacina usada.

De acordo com o coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Ufal, Krerley Oliveira, muitas das informações obtidas não correspondem à realidade e ocorrem por erros diversos, como preenchimento equivocado, entre outros. Ele pesquisa desde abril deste ano e selecionou 1,5 milhão de amostras. Para chegar a números mais confiáveis, o pesquisador explica que filtrou os casos que tinham consistência e sobraram 90 mil doses supostamente aplicadas em 27 ou 30 mil pessoas.

“Pegamos 1,5 milhão de registros e selecionamos apenas os casos que tinham os mesmos números de identificação, data de nascimento e sexo. Além disso, filtramos apenas os casos em que três ou mais doses foram tomadas em datas diferentes”, explicou Krerley Oliveira.

PAINEL

Para identificar as doses aplicadas até três vezes em pelo menos 30 mil pessoas – os pesquisadores acreditam que podem ter registros de mais doses por paciente e mais pessoas com mais de duas doses – os responsáveis pelo trabalho desenvolveram uma plataforma digital, o Painel de Vacinação-Covid-19 ou Vacinômetro, que mostra inconsistências, atrasos, ritmo e projeções para o término da vacinação no País.

Segundo ele, não há muitos relatos de pessoas que tomaram três doses. Um deles envolveu uma veterinária que postou um vídeo em sua rede social quando tomava a vacina da Jansen, mesmo após ter tomado duas doses da CoronaVac, na Grande São Paulo. O caso foi denunciado ao MP (Ministério Público) de São Paulo.

Krerley revelou que há casos de pessoas que tomaram duas doses de CoronaVac e depois tomaram outro imunizante. Outro caso mostra que 47 mil pacientes tomaram a segunda dose antes da primeira.” A gente não sabe, por exemplo, se é erro de preenchimento de quem insere os dados no registro, ou se a pessoa tomou uma dose em outro país” questiona. Segundo ele, é impossível pelo banco de dados saber se os dados correspondem à realidade ou se são erros.

“Isso tem de ser investigado pelas secretarias [municipais de Saúde] e pelo Ministério Público. Os dados estão lá, é só cruzar o registro com os nomes dos pacientes. Não é nenhum bicho de sete cabeças fazer isso”, aconselha o pesquisador da Universidade Federal de Alagoas.

SESPA

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) esclareceu que o cadastro de informações sobre a vacinação é uma responsabilidade dos municípios no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações, que é gerenciado pelo Ministério da Saúde.

“A Sespa monitora as inconsistências, no entanto, não possui acesso para edição dos dados. Esses erros podem ser fruto do cadastramento incorreto por parte dos municípios ou por erros no sistema do MS, cabendo a essas partes ajustarem essas inconsistências. A Secretaria ressalta que já criou um painel interno para checagem dessas inconsistências e tem notificado os municípios, mas reitera que o fato só pode ser esclarecido pelo município ou Ministério da Saúde”.

Quase 82 milhões receberam pelo menos uma dose

Os dados da vacinação contra a Covid-19, também coletados pelo consórcio, foram atualizados em 24 estados e no Distrito Federal. O Brasil registrou 1.695.094 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quarta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 1.049.464 primeira doses e 311.320 segundas. Também entram nessa conta 334.310 doses únicas da Janssen aplicadas. Ao todo, 81.914.149 pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid no Brasil-27.606.985 delas já receberam a segunda dose do imunizante.

Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 29.442.320 pessoas totalmente imunizadas no país.Com isso, 50,91% da população com mais de 18 anos já recebeu uma dose e 18,30% (também com mais de 18 anos) recebeu as duas doses recebidas ou a dose única da Janssen. Mesmo quem completou o esquema vacinal com as duas doses deve manter cuidados básicos, como uso de máscara de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

BALANÇO

 No balanço divulgado ontem (8), a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou mais 129 novos casos e 2 óbitos cadastrados nesta quinta-feira e que ocorreram nos últimos sete dias. Em Belém não houve nenhuma morte registrada no período. Em relação à subnotificação das prefeituras, foram confirmados mais 847 casos e 17 óbitos ocorridos em dias anteriores. Agora são 561.062 casos e 15.692 óbitos no Pará. Sobre a ocupação dos leitos da rede estadual, o estado possui 42,41% dos leitos clínicos ocupados e 55,09% dos de UTI com pacientes internados.

Fonte: DOL

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