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Fiscalização do Ibama chega à Uruará

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Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Santarém, juntamente com policiais militares do 35º e do 3º Batalhões começaram nesta terça-feira, 21, uma fiscalização nas madeireiras da região do município de Uruará, no sudoeste do Pará. Cerca de 35 homens participam dessa ação que deve durar 10 dias.

De acordo com coordenador da operação, Hugo Loss, o principal objetivo da operação é fiscalizar a regularidade das madeireiras, não só em relação ao licenciamento, mas saber se as empresas estão trabalhando dentro da legalidade.

Até o Ibama chegar no município, pelos menos 20 madeireiras estavam em funcionamento, mas segundo informações não oficiais menos de 10 teriam autorização para funcionar.

A chegada dos agentes na região tem deixado autoridades e comerciantes preocupados, para isso, o Poder Legislativo daquele município marcou para hoje a noite uma audiência pública entre vereadores, sociedade e os responsáveis pela operação, para saber dos agentes como se dará a fiscalização. “A cidade pode ficar tranquila. Nosso trabalho está se desenvolvendo de forma bem tranquila. A gente está notificando as empresas para apresentarem as documentações. Então não existe nenhum tipo problema que a gente esteja enfrentando e que a gente também espera não enfrentar”, disse o coordenador da operação.

Várias madeireiras já não funcionaram nesta terça-feira e os empregados acabaram ficando em casa. Segundo informações, a maioria das empresas é abastecida com madeiras retiradas da própria região. Moradores que pediram para não serem identificados, acreditam que a estratégia do Ibama em focar nas serrarias acaba gerando revolta na população local. Entre os motivos estaria o desemprego. Muitos moradores acreditam que os órgãos fiscalizadores deveriam resolver primeiro o problema da Reserva, combatendo a exploração de madeira ilegal.

Em janeiro deste ano, Agentes do Ibama e da Polícia Federal sobrevoaram a Terra Indígena (TI) Arara, que fica na região do município, e identificaram a abertura de três ramais com derrubada de árvores, após alerta da Fundação Nacional do Índio (Funai). Os responsáveis pela extração ilegal de madeira abandonaram o local antes da chegada da fiscalização, deixando cerca de 60 metros cúbicos de madeira serrada das espécies cumaru, massaranduba e ipê. Em dezembro do ano passado, o Ibama já havia apreendido um trator na TI e autuado o responsável.

O Portal A Voz do Xingu conversou com alguns moradores da comunidade do km 140 que também pediram para não serem identificados. Eles afirmaram que já tem uns três anos que são retiradas madeiras de forma ilegal das áreas da Reserva Indígena Arara, e que os madeireiros estariam novamente se organizando para retirar uma grande quantidade de madeira daquela região assim que chegar o verão.

Já os órgãos de fiscalização afirmam que tem encontrado dificuldade em identificar os criminosos, por que quando eles chegam ao local do desmatamento encontram apenas tratores que são incendiados junto com o resto da madeira, e isso acaba dificultando o andamento do processo de responsabilização criminal dos infratores.

Por Wilson Soares – Portal A Voz do Xingu

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